A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo atua cada dia mais na elaboração de medidas que promovam a saúde e o bem-estar da população paulista. Uma delas é o ‘Fevereiro Laranja’, campanha realizada anualmente para conscientizar sobre a prevenção e o tratamento da leucemia, um tipo de câncer que afeta o sangue. A ação foi oficializada pela Lei 17.207/2019, proposta pelo deputado Thiago Auricchio, e usa o mês de fevereiro para debater o tema e incentivar a doação de medula óssea como uma forma de tratamento eficaz.
Hoje, a leucemia é o décimo tipo de câncer mais frequente no Brasil, desconsiderando os tumores de pele, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O envelhecimento da população é apontado como uma das principais causas deste aumento.
Nos últimos anos, o Parlamento Paulista aprovou outras diversas legislações destinadas a incentivar e esclarecer sobre a doação de medula óssea, aumentar a captação e a localização de doadores compatíveis e orientar sobre o processo de transplante.
Entre elas estão o Programa Permanente do Transplante de Medula Óssea (Promedula), instituído pela Lei 15.601/2014, e o Sistema Paulista de Cadastro e Doação de Medula Óssea, criado pela Lei 16.790/2018. Também há a Semana de Mobilização Estadual para Doação de Medula Óssea, que acontece anualmente de 14 a 21 de dezembro, elaborada pela Lei 16.386/2017.
O que é a leucemia?
A leucemia é um tipo de câncer que afeta as células do sangue produzidas pela medula óssea. Elas passam a ser formadas de forma descontrolada, gerando um acúmulo e tornando-se malignas (doentes). Apesar de a causa ainda ser desconhecida, estudos apontam que a doença possa surgir de mutações espontâneas no DNA, além de fatores genéticos e ambientais.
Os principais sintomas são dor nos ossos e nas articulações, aumento do fígado ou baço (sensação de inchaço abdominal), anemia, pele pálida (associada à anemia), sangramento e manchas roxas na pele.
A doença pode se manifestar de forma aguda ou crônica. O primeiro quadro progride mais rapidamente e é mais comum em crianças e idosos. Já o segundo, evolui mais lentamente e é mais frequente em adultos.
Exemplo de luta
Um desses casos é o da aposentada Fátima Costa, que foi diagnosticada com o câncer em 2009. “Quando descobri, estava na melhor fase da minha vida e, antes de contar à minha família, busquei mais informações sobre a doença”, conta.
Nesta época, ela relata que perdeu 14 quilos em pouco tempo e sentia dores de cabeça, na coluna e no lado esquerdo do abdômen. Mesmo assim, diz que está seguindo com a sua vida “normalmente”. Ela se formou em psicopedagogia e se tornou contadora de histórias para crianças em hospitais. “Desde o diagnóstico, tenho vivido dias intensos. Hoje promovo encontros anuais entre pacientes com leucemia. Ainda tenho muito para contar e muito o que viver”, comenta Fátima.
Prevenção e Tratamento
Embora não haja prevenção direta, recomenda-se manter hábitos saudáveis para fortalecer a defesa do organismo e fazer check-ups regulares para detecção precoce da doença, em especial para quem já tem histórico familiar de câncer.
Já o tratamento é feito por medicamentos, imunoterapia, quimioterapia (destruição de células malignas para que as saudáveis voltem a ser produzidas) e transplante de medula óssea, que reconstitui as funções da medula óssea por meio de células retiradas de um doador, sendo considerada a técnica mais segura.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo (SES-SP), a doação da medula óssea pode ser feita por um familiar ou alguém que tenha o sangue compatível com o receptor.
O candidato precisa ser saudável, ter entre 18 e 55 anos e preencher um formulário com dados pessoais que ficam armazenados em um sistema. Quando é detectado um candidato compatível com o paciente, ele é chamado para novos exames e para programar a doação.
Fonte: ALESP
