UNALE discute educação financeira

No último dia de atividades da 27ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e  Legislativos Estaduais (Unale), nesta quinta-feira (05/12), o presidente da Associação  Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), Elias Sfeir, abriu o evento com uma palestra  sobre educação financeira e crédito.  

Sfeir destacou a importância do debate, afirmando que a falta de educação financeira é um  problema estrutural que agrava o superendividamento e impacta milhões de brasileiros. “A  educação financeira é essencial para promover inclusão, consumo consciente e acesso  responsável ao crédito. É preciso equilíbrio: do lado do consumidor, um uso consciente; do  lado do credor, uma concessão responsável. O superendividamento fragiliza o tecido  socioeconômico, e debates como este são fundamentais para enfrentá-lo,” afirmou. 

Contexto brasileiro  

Durante a palestra, o especialista destacou dados alarmantes sobre o cenário brasileiro em  relação às finanças pessoais. 

Segundo as estatísticas apresentadas, 56% da população desconhece conceitos básicos de  finanças, enquanto 81% não sabe como controlar suas despesas pessoais. Além disso,  mais de um terço dos brasileiros não têm clareza sobre o valor das contas que vencerão no  mês seguinte. Apesar desse desconhecimento generalizado, 74% da população aponta o  dinheiro como sua maior fonte de preocupação, superando até questões relacionadas à  família, saúde e trabalho. 

Recomendações para Parlamentares  

Sfeir também apresentou recomendações direcionadas aos parlamentares para combater o  cenário de vulnerabilidade financeira no Brasil. Ele sugeriu a aprovação de leis que tornem  a educação financeira obrigatória nas escolas, além de garantir a evolução do crédito e  evitar práticas legislativas que prejudiquem o acesso responsável ao crédito. 

Outras medidas destacadas incluem o apoio a programas de inclusão financeira e  capacitação de pequenos empreendedores, bem como a criação de grupos de trabalho,  como o GT Unale, para harmonizar legislações estaduais e engajar os estados na  promoção da educação financeira. 

“Educação financeira é um desafio, mas um caminho essencial que vale a pena trilhar.  Embora os resultados não sejam imediatos, é por meio da educação que construímos uma  base sustentável para o futuro. A civilização só avançou porque o conhecimento foi  transmitido, por isso, deve ser tratado como uma pauta prioritária. No final, mais importante  do que as conquistas individuais é o legado que deixamos para as próximas gerações.  Políticas públicas que promovam a educação financeira são fundamentais para transformar  o cenário do país e criar um futuro mais equilibrado e responsável”, concluiu o palestrante.  

Por Clariana Dantas

Foto: Thiago Lontra

 

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