Por: Hold Assessoria Legislativa
Retomado o protagonismo político com a agenda da segurança pública, o presidente Temer mantém os olhos também na economia. A nova agenda econômica aguarda votação no Congresso Nacional.
Mas a lista de projetos apresentada pela equipe econômica pode ser considerada nova? A rigor, a resposta é não. Os quinze projetos listrados pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tramitam há tempos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O que mudou agora?
Em primeiro lugar, o Planalto decidiu juntar em um mesmo balaio proposições que eram discutidas separadamente. A discussão em bloco dessas matérias, acredita o governo, ajudará no processo de negociação com os parlamentares.
Além disso, a medida coloca sob os holofotes os condutores da economia. Não apenas o ministro Meirelles, mas também o titular do Planejamento, Dyogo de Oliveira, ganham novo espaço junto à opinião pública. Com isso, no caso de as matérias serem aprovadas, ambos ficarão com os louros do sucesso. Seria um ativo político nada desprezível.
Mas quais as chances de aprovação dessas proposições? O novo empenho do Planalto não é garantia de vitória. Ao contrário, as dificuldades são as mesmas de sempre. Temas como a privatização da Eletrobrás e a autonomia do Banco Central, incluídos no pacote, são tabu entre os parlamentares. Nem mesmo os aliados de Temer consideram viável a votação dessas matérias, ainda mais em ano eleitoral.
Mesmo assim, o governo insistirá na agenda econômica. O cálculo é simples e claro. Resolvida a crise da segurança pública no Rio de Janeiro (e no resto do país), o Planalto ganhará musculatura política para aprovar a difícil agenda econômica.
A aposta foi feita e os dados já estão rolando. Temer, Meirelles e os demais se movimentam nesse novo tabuleiro político.