Por: Welson Gasparini
Welson Gasparini é deputado pelo PSDB-SP e ex-prefeito de Ribeirão Preto
Levantamento mostra o Brasil como o país que mais proporciona empregos na indústria de biocombustíveis. Com aproximadamente 1,7 milhão de postos de trabalho gerados em 2016, mais de um terço deles (613 mil) no setor sucroenergético brasileiro, a indústria de biocombustíveis líquidos fica atrás somente da energia solar, que registrou 3,1 milhões de empregados, e supera as fontes hidrelétricas (1,5 milhão nas grandes usinas), eólica (1,1 milhão), biogás (333 mil) e geotérmica (182 mil).
Em declarações recentes, o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa ” comentando esse dado específico – cita os benefícios sociais oriundos da produção de etanol no país, destacando o compromisso da indústria canavieira com a melhoria da qualidade do emprego no setor.
“Dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho demonstram que nos últimos dez anos houve um incremento de 70% nos salários pagos aos trabalhadores do segmento, descontando a inflação. Já a taxa de analfabetismo caiu 63,6%, enquanto o índice de pessoas formadas no ensino médio cresceu 472,1%”, afirma o executivo.
Já a IRENA (International Renewable Energy Agency ” AGÊNCIA INTERNACIONAL PARA AS ENERGIAS RENOVÁVEIS), em seu relatório, registra um aumento na contratação de mão de obra para o mercado de energias renováveis, principalmente desde 2012. De lá para cá, cerca de 2,8 milhões de novos trabalhadores foram admitidos neste mercado. Segundo análise da Agência, a “redução dos custos e adoção de políticas favoráveis estimulou os investimentos e o emprego”. Para 2030, a projeção é de que as fontes alternativas empreguem até 24 milhões de pessoas.
Segundo esse documento, o Brasil é o país que mais proporciona empregos na indústria mundial de biocombustíveis, com 783 mil vagas geradas no ano passado sendo seguido, nesse ranking, pelos EUA (283 mil trabalhadores), União Europeia (93 mil), Indonésia (154,3 mil), Tailândia (97 mil), Colômbia (85 mil), Malásia (52,5 mil), China (51 mil), Filipinas (42,4 mil) e Índia (35 mil).
Grande parte das vagas vem da atividade agrícola, especificamente dos processos de plantio à colheita das matérias primas usadas na produção de etanol e/ou biodiesel: o restante se encontra na fabricação propriamente dita dos biocombustíveis ou em serviços de construção/manutenção de instalações industriais.
Trata-se, numa época tão difícil quanto a atualmente enfrentada pelo Brasil, com o desemprego sendo um fardo indesejável para mais de 14 milhões de brasileiros, de um fato positivo porque mostra a pujança de um setor que gera emprego, renda e ajuda a promover a paz social. Além, claro, dos benefícios para o próprio meio ambiente gerados por uma energia renovável e não poluente, de origem biológica e não fóssil fabricada, em escala comercial, a partir de produtos agrícolas como cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho e beterraba.