Deputado estadual no estado do Rio Grande do Sul
Deveríamos comemorar a entrega da plataforma P-74 à Petrobras. Mais uma prova da qualidade e da eficiência do polo naval gaúcho. No entanto, a conclusão do empreendimento vai provocar o fechamento de mais dois mil postos de trabalho, trazendo enormes prejuízos sociais e econômicos aos municípios da região Sul e ao Estado. O setor naval gaúcho chegou a empregar 24 mil trabalhadores em 2013. Hoje, infelizmente, está à deriva.
O governo Temer tem praticado uma triste política de desmonte do setor. A Petrobras parou de incentivar a indústria nacional e passou a entregar importantes investimentos a empresas do exterior. A consequência disso é uma tragédia. A arrecadação de ICMS do município de Rio Grande, somente em 2017, teve queda estimada em R$ 50 milhões. A perda para o Estado é ainda maior: cerca de R$ 150 milhões. A falta de investimentos afeta não somente os trabalhadores do setor naval, mas também o comércio e a economia da região e do RS.
Lutamos muito para mudar esse quadro e defender essa importante matriz econômica. Criamos a Frente Parlamentar em Defesa do Polo Naval de Rio Grande. Mobilizamos municípios, prefeitos, vereadores, sindicatos, trabalhadores, entidades sociais e universidade. Discutimos a importância da indústria naval para a geração de trabalho e tributos ao RS e ao país. Apresentamos propostas para a retomada do setor, como a continuidade das obras da plataforma P-71. Já o governo Sartori, que dedica tanta energia para entregar o Estado e o patrimônio público, em nenhum momento se juntou à nossa luta em defesa do polo naval.
Trinta por cento do petróleo brasileiro é extraído por plataformas construídas nos estaleiros de Rio Grande e São José do Norte. A contrapartida dos governos Temer e Sartori é o desmonte de uma importante e qualificada indústria local sem perspectivas e sem apoio estatal. Ambos nos deixam um quadro de abandono, demissões e empobrecimento do povo gaúcho.