Por: Sérgio Turra
Sérgio Turra é deputado estadual pelo PP-RS
Já virou rotina: toda semana, quando lemos notícias sobre a política brasileira, lá estão novas revelações sobre a corrupção. Lideranças pegas em esquemas. Delações que expõem as estruturas dos propinodutos. Tentativas de barrar investigações. Uma miríade de absurdos que fragilizam a política em nosso país.
Não à toa, a confiança nos agentes públicos é cada vez menor. De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada recentemente, 83,2% dos brasileiros não acreditam no presidente da República. Políticos e partidos estão empatados no índice negativo, com 78% de desconfiança. São sinais evidentes de uma população enfastiada dos escândalos diários.
Temos todas as razões para um sentimento de descrença na política. Porém, essa indignação precisa ser a catalisadora não da rejeição ao sistema político, mas de uma profunda transformação. De um tempo diferente, onde a boa política seja regra, e não exceção.
Para isso, não há outro caminho: precisamos, todos nós, participar ativamente da vida pública. Ficar de olho no que fazem os legisladores. Redobrar a fiscalização. Cobrar, discutir, conversar. Fazer o bom debate de ideias sobre como responder aos anseios de nossa comunidade, cidade, estado e país.
Finalmente, os poderosos de outrora agora estão respondendo aos rigores da lei. Temos um ex-presidente da República nove vezes denunciado pela Justiça. Um ex-presidente da Câmara na cadeia. Dezenas de deputados, senadores e governadores presos ou sob investigação. Eles devem dar lugar a novos nomes, sintonizados com valores éticos e a boa política. Portanto, este também é um momento crucial para o despertar de novas lideranças.
Para que o país supere o cenário atual e abra um novo momento, devemos seguir apoiando irrestritamente a Lava Jato. Precisamos ainda separar o joio do trigo, escolhendo criteriosamente nossos representantes na próxima eleição.
A política é a mais importante atividade humana no plano coletivo, como bem disse o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto. Fora dela, não há solução no Estado Democrático de Direito. Ao invés de jogarmos a toalha, temos de entrar em campo. Cada um de nós.