jogo do tigrinho
bicicletanosplanos.org
bourlandcivilwar.com
spicybet.com.br
tigrinho.br.com
urbanofficearchitecture.com

Crédito de biodiversidade, uma novidade

Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente

Na Conferência de Biodiversidade da ONU realizada neste mês em Montreal (Canadá), o Brasil e cerca de 200 outros países chegaram a um acordo histórico para proteger um terço das riquezas naturais, na terra e no mar. E não à toa são chamadas de riquezas. Esses ecossistemas geram relevantes benefícios à sociedade, tais como absorção e manutenção de carbono, regulação do clima, disponibilidade hídrica, polinização, ciclagem dos nutrientes.

Esse importante acordo global de biodiversidade tem a ambiciosa meta de sair dos atuais 15% de ecossistemas protegidos e alcançar a marca de 30% até 2030. Nosso país, entretanto, já está à frente. Dados recentes confirmam que temos 66% de floresta nativa preservada, metade em terras públicas e metade em terras privadas, e 30% de nossa vasta área oceânica protegida em unidades de conservação marinhas.

O governo federal apoiou e pressionou de forma racional posições e acordos que fossem benéficos ao nosso megabiodiverso país. Já ambientalistas utópicos propõem metas irreais, como cota mínima de 25% de área agrícola orgânica global e total eliminação dos defensivos até 2030. Advogam pela agricultura orgânica em detrimento à convencional, que utiliza defensivos fertilizantes, tratores, transgênicos e tecnologias modernas e inovadoras, mas ignoram que é graças a ela que é possível produzir muito mais comida em uma área muito menor e que conseguimos garantir segurança alimentar aos, hoje, 8 bilhões de pessoas.

Um ponto importante a ser destacado é que países como o Brasil precisam de financiamento ambiental com formato muito eficiente de execução para garantir a proteção e manutenção dos diversos ecossistemas. Infelizmente, os montantes anunciados foram menos de 10% do valor considerado adequado, que totaliza 500 bilhões de dólares. Além dos valores insuficientes, outro problema ainda não superado é a enorme dificuldade de acesso e baixa eficiência na aplicação dos recursos, sem resultados concretos nos territórios.
Para complementar e resolver o desafio do difícil financiamento público, surge uma proposta real de financiamento privado: o comércio de créditos de biodiversidade, o biocrédito. É um conceito inovador, apresentado pelo International Institute for Environment and Development durante a conferência realizada no Canadá, com detalhes desse novo tipo de ativo econômico e financeiro, identificado como unidades de biodiversidade mensuráveis e rastreáveis e, portanto, podem ser negociados e vendidos por empresas e governos, criando assim uma solução climática lucrativa que transforma o passivo da perda da biodiversidade em ativo e impulsiona uma nova economia baseada na natureza.

Sua aplicação deve ser cuidadosamente projetada para evitar alguns erros cometidos, como o ocorrido com a compensação de carbono, que fora criada como forma de incentivo econômico para redução de emissões de carbono, mas, em alguns casos, serviu para evitar a necessária descabonização de algumas atividades. Isso não pode ocorrer com a biodiversidade. É esperado que o saldo do comércio dos créditos seja sempre positivo para a natureza e para as pessoas.

As pessoas que vivem em áreas ricas em biodiversidade muitas vezes arcam sozinhas com os custos mais pesados da proteção e dos esforços de preservação. Nesse sentido, os biocréditos podem incentivar uma nova economia de conservação e a restauração da natureza. A estrutura de projetos de biocrédito precisa assegurar alta integridade ambiental e rastreabilidade das unidades, já os compradores devem ser monitorados para garantir que não estejam usando o crédito para compensar danos em outros lugares e que o investimento na compra dos biocréditos maximize o impacto social e ambiental, atestando que o recurso chegue a quem efetivamente trabalha para proteger, restaurar e manter a biodiversidade das comunidades locais e dos produtores rurais.

No Brasil, os primeiros passos para formalizar créditos de biodiversidade vieram com a Medida Provisória nº 1.151, de 26 de dezembro de 2022, que reconhece o ativo ambiental de vegetação nativa, a sua valoração econômica e identificação patrimonial e contábil. Um importante incentivo às atividades de melhoria, restauração, conservação e proteção da biodiversidade em todos nossos biomas.

O grande impacto real do Acordo de Montreal é trazer as empresas para o jogo de proteção e manutenção da biodiversidade, que agora devem, ao longo de sua operação e da cadeia de suprimentos, fornecer informações sobre os riscos e benefícios das atividades sobre a biodiversidade.

O compromisso de preservar e restaurar a biodiversidade global está selado. Agora, será imprescindível usar de forma racional a responsabilidade do setor privado, a ciência, a inovação e o empreendedorismo verde para garantir um futuro melhor ao planeta.

Compartilhar
Artigos Relacionados
Estratégia climática é urgente

Por: Paulo Hartung/ José Carlos da Fonseca JR. Folha de S.Paulo A jornada de enfrentamento da crise climática nos possibilita tirar,

136bet.com.br
1win.br.com
amurpravda.ru
anzsee.org
arucasonline.com
136bet
5win