Por: Darci Piana
Darci Piana é presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná
Os fatores recorrentes que atrapalham o crescimento do país vêm sendo apontados há muito tempo. É o decantado Custo Brasil, emaranhado de empecilhos de toda ordem, desde a burocracia paralisante até uma série de garantias trabalhistas que encarecem preços e nos tiram competitividade.
Todos devem ser encarados sem temor, para permitir a retomada dos índices de desenvolvimento. As medidas saneadoras formam um conjunto, dividido entre o combate à corrupção, investimento em infraestrutura, as reformas trabalhista, política, tributária e previdenciária e a retirada dos entraves burocráticos.
A corrupção vem sendo combatida de maneira dura por meio das ações movidas pelo Ministério Público, com o respaldo de juízes comprometidos com a lisura nos processos que envolvem todas as instâncias do poder, tenham eles a sofisticação dos altos escalões ou a singeleza das pequenas prefeituras do interior.
Os investimentos em infraestrutura estão atrelados ao processo de concessão à iniciativa privada de portos, aeroportos, estradas e ferrovias. O processo foi iniciado, mas andou pouco, é preciso ser acelerado.
Sobre a reforma da Previdência , em curso, discutida em todos os setores da sociedade civil organizada, foi repelido por grande parte da população, incluindo categorias que seriam prejudicadas. Sucessivos recuos do governo suavizando as propostas devem garantir sua aprovação, catapultando para o futuro a discussão das medidas rejeitadas.
A reforma trabalhista teve como primeira etapa a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto que abranda as relações de trabalho e permite a terceirização dos serviços. Esta é uma reivindicação que vem de décadas – não podemos esquecer que a legislação trabalhista brasileira já tem mais de 70 anos. O setor produtivo vem demonstrando por meio de números consistentes o quanto a inflexibilidade das relações entre patrões e empregados é danosa ao país.
Discute-se em diversas instâncias as demais reformas necessárias. A política, urgente depois dos escândalos revelados. E a tributária, a arrastar-se desde o início da vigência da Constituição Federal de 1988, com inúmeros projetos que terminaram arquivados por conflito de interesses entre as partes.
Enfim, chegou a hora da verdade. Sem enfrentar as grandes pautas estaremos para sempre amarrados ao passado, enquanto o futuro vai passando ao nosso lado de forma inexorável.