Ao não realizar os exames preventivos do câncer de próstata – Antígeno Prostático Específico (PSA), toque retal e ecografia prostática – os homens com mais de 50 anos correm o risco de viver menos e com menor qualidade de vida.
“Se você tem muito tabu ou muita preguiça e não faz os exames preventivos, então tem mais risco de morrer ou de ter muito sofrimento, mas é uma tolice ter medo de diagnosticar o inimigo”, argumentou o oncologista Luiz Alberto Silveira.
De acordo com o especialista em oncologia clínica, a conscientização ainda é a política pública mais eficiente para combater o câncer de próstata.
“Fazendo os exames regularmente você nunca será diagnosticado com uma doença avançada, consequentemente a sobrevida será maior, então é preciso conscientizar sobre a importância da avaliação precoce, vamos ter uma incidência menor e um custo menor para o sistema”, justificou Luiz Alberto.
Quando fazer os exames
Se a pessoa tem histórico familiar de câncer de próstata (avô, pai, tios ou irmãos) os exames preventivos precisam começar aos 40 anos. Quando não há histórico familiar, os exames devem ser feitos a partir dos 50 anos.
“É um câncer que se acentua em incidência depois dos 60 anos, como a maioria dos tumores, obviamente que existem casos numa faixa etária menor, mas a concentração se dá a partir dos 60”.
Fatores de risco
Segundo Luiz Alberto, não há um fator relacionado ao câncer de próstata como há, p. ex., com o câncer de colo de útero, associado ao Papilomavírus (HPV), o que dificulta sua prevenção.
“Não há um fator de risco claramente identificado como desencadeador do câncer de próstata, mas, como em outros tumores, deve-se evitar o excesso de carnes vermelhas e embutidos em geral, a obesidade, inatividade física, bebida alcoólica e tabagismo. Já a proteção está principalmente voltada à alimentação, com verduras e hortaliças”, informou o oncologista.
Prevenção conforme o caso
Luiz Alberto Silveira explicou à equipe da Agência AL que a prevenção varia de acordo com o tipo de tumor.
“A prevenção primária é a mais importante, mas a menos factível. Afastar o fator de risco serve para tumores que têm um ou dois fatores de risco efetivo, como o de colo uterino e o de colo e reto, os demais, inclusive de próstata, pedem a prevenção secundária, que é o diagnóstico precoce através dos exames”.
Na prevenção terciária começa o tratamento propriamente dito. Para o câncer de próstata, conforme Luiz Alberto, pode ser mais indicado a cirurgia, ou a radioterapia, ou o bloqueio hormonal, ou a quimioterapia.
“Se o tumor é localizado, dá para operar; se não é localizado, a opção é irradiar (radioterapia); se não dá para operar nem irradiar, a alternativa é o bloqueio hormonal; se o bloqueio não funcionar, então vem a quimioterapia”, ensinou Luiz Alberto.