Agosto Lilás: como lidar com a violência política contra as mulheres nos dias atuais?

Violência política de gênero é mais uma das formas de violência contra as mulheres que precisa ser combatida

A UNALE atua forte com a parceria das 27 Casas Legislativas para combater todo tipo de violência contra as mulheres e a campanha do Agosto Lilás tem como principal objetivo promover ações de conscientização relativas ao combate à violência contra a mulher em todos os âmbitos.

A violência política de gênero se caracteriza em todo e qualquer ato com intuito de exclusão da mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. Com isso, as mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato.

A vice-presidente da região Sudeste da UNALE, deputada estadual Tia Ju (RJ), comentou sobre a importância do Agosto Lilás.“Ao longo do mês de agosto nós intensificamos e combatemos mais as ações de enfrentamento a violência contra a mulher. Nós, unaleanas e unaleanos, fazemos parte todos os anos dessa campanha intensiva de combate à violência contra a mulher e todas nós, deputadas e deputados, estamos engajados para dizermos não a qualquer tipo de violência contra as mulheres”, afirmou.

Tipos de violência política

As formas de violência política podem ocorrer por meio virtual e também nas ruas. As mulheres podem ser vítimas desse tipo de violência tanto dentro dos seus partidos políticos ou até em casa. A partir do momento que se tornam candidatas, as mulheres sofrem violência política de gênero, principalmente, por:

  • ameaças à candidata, por palavras, gestos ou outros meios, de lhe causar mal injusto e grave;
  • interrupções frequentes de sua fala em ambientes políticos, impedimento para usar a palavra e realizar clara sinalização de descrédito;
  • desqualificação, ou seja, indução à crença de que a mulher não possui competência para a função a que ela está se candidatando ou para ocupar o espaço público onde se apresenta;
  • violação da sua intimidade, por meio de divulgação de fotos íntimas, dados pessoais ou e-mails, inclusive montagens;
  • difamação da candidata, atribuindo a ela fato que seja ofensivo a sua reputação e a sua honra;
  • desvio de recursos de campanhas das candidaturas femininas para as masculinas.

Quando eleitas, as mulheres são vítimas de violência, quando:

  • não são indicadas como titulares em comissões, nem líderes dos seus partidos ou relatoras de projetos importantes;
  • são constantemente interrompidas em seus lugares de fala;
  • são excluídas de debates;
  • são questionadas sobre sua aparência física e forma de vestir;
  • são questionadas sobre suas vidas privadas (relacionamentos, sexualidade, maternidade).

Além dessas práticas, também podem acontecer outras situações que podem ser enquadradas em violência política, tais como:

  • violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao redor a acharem que ela enlouqueceu;
  • quando o homem explica à mulher coisas simples, como se ela não fosse capaz de compreender;
  • a constante interrupção, impedindo a mulher de concluir pensamentos ou frases;
  • quando um homem se apropria da ideia de uma mulher.

Ligue 180! Não fique nas sombras, denuncie!

A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima recebe amparo e proteção. O Ligue 180, central de atendimento à mulher, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil. É gratuito e confidencial, o canal recebe as denúncias e esclarece dúvidas sobre os diferentes tipos de violência.

Vizinhos, amigos, parentes ou desconhecidos também podem utilizar o canal ou ir a uma delegacia para denunciar uma agressão que tenham presenciado. O autor da denúncia pode ser ainda o Ministério Público. Após mudanças recentes na Lei, a investigação não pode mais ser interrompida, ainda que a vítima desista da ação.

Com informações da Agência Câmara de Notícias*

Por Gabriel Spies/Ascom UNALE

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