Agosto Lilás: A cada 24 horas, oito mulheres são vítimas de violência

Números da violência contra a mulher ainda são preocupantes no Brasil

Somente em 2023, pelo menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica por dia no Brasil. Os dados mostram a realidade nove estados monitorados pela Rede de Observatórios de Segurança, que são: Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.

Pelo levantamento, foram registradas 3.181 vítimas de violência em 2023. Em um ano, houve um aumento de cerca de 22% nos casos de feminicídio. Vale ressaltar ainda, que em 2022, Pará e Amazonas não faziam parte da rede de monitoramento.

Entre as formas de violência listadas estão ameaças, agressões, torturas, assédio, feminicídio e violência política. Pelo levantamento feito pelo observatório, apontam que foram monitorados, somente de feminicídio, 586 casos. Isso mostra que, a cada 15 horas, uma mulher morreu em razão do gênero, em sua maioria pelas mãos de parceiros ou ex-parceiros.

A presidente da Comissão da Mulher da UNALE, deputada estadual Camila Toscano (PB), falou sobre os desafios do enfrentamento à violência contra a mulher nos dias atuais. “O último Anuário Brasileiro de Segurança Pública apontou que todos os tipos de violência contra a mulher aumentaram e isso mostra a gravidade do problema que precisamos enfrentar. Eu defendo a tolerância zero para agressor de mulher. Também defendo ações voltadas para mulher, como as que estimulam a deixar o relacionamento abusivo. Lancei, inclusive, o Movimento Rompa o Ciclo da Violência, que foi abraçado pela Assembleia Legislativa da Paraíba, e que leva informação, capacitação e alternativas para motivar a mulher a sair do lado do agressor”, ressaltou.

 

Números nos estados

O Pará foi anexado no monitoramento pela primeira vez e, de acordo com o novo boletim, ocupa a 5ª posição no ranking entre os oito estados com 224 eventos de violência contra a mulher em 2023. Na região Amazônica, as desigualdades sociais do garimpo agravam ainda mais essas dinâmicas, segundo o relatório.

Em relação a 2022, os dados mostram que São Paulo foi o único estado a ultrapassar os mil eventos de violência, com uma alta de 20% (de 898 para 1.081). Em segundo lugar, aparece o Rio de Janeiro que registrou aumento de cerca de 14% dos casos. O Piauí, por sua vez, embora tenha o menor número de casos em números absolutos, é o estado que registrou a menor taxa de crescimento, com quase 80% de aumento.

Os números da Rede de Observatórios de Segurança ainda apontam a Bahia em terceiro lugar no ranking com 368 mortes de mulheres em 2023, Pernambuco em quarto, com 319, Piauí em sexto, com 202, Maranhão em sétimo com 195, e o Ceará, com 171.

 

Ligue 180! Não fique nas sombras, denuncie!

A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima recebe amparo e proteção. O Ligue 180, central de atendimento à mulher, funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados, e pode ser acionada de qualquer lugar do Brasil. É gratuito e confidencial, o canal recebe as denúncias e esclarece dúvidas sobre os diferentes tipos de violência.

Vizinhos, amigos, parentes ou desconhecidos também podem utilizar o canal ou ir a uma delegacia para denunciar uma agressão que tenham presenciado. O autor da denúncia pode ser ainda o Ministério Público. Após mudanças recentes na Lei, a investigação não pode mais ser interrompida, ainda que a vítima desista da ação.

Com informações da Agência Brasil*

Por Gabriel Spies/Ascom UNALE

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