ALECE: Assembleia reforça ações no Outubro Rosa em prevenção ao câncer de mama

Durante todo o mês de outubro, monumentos são iluminados, eventos são realizados e vozes se unem em um coro de solidariedade e informação

Entre as diversas campanhas de conscientização que marcam o calendário anual, o Outubro Rosa é, sem dúvidas, uma das mais lembradas e consolidadas. Representado pelo laço cor-de-rosa, esse movimento global traz luz sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, uma das doenças que mais impactam a vida das mulheres ao redor do mundo.

Durante todo o mês de outubro, monumentos são iluminados, eventos são realizados e vozes se unem em um coro de solidariedade e informação. A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) também se soma a esse esforço, com ações concretas para ampliar o combate à doença e reforçar a importância da prevenção ao câncer de mama durante a campanha Outubro Rosa.

Os dados sobre o câncer de mama são preocupantes, mas há boas notícias: quando diagnosticado precocemente, apresenta boas chances de cura. Nesse contexto, a campanha do Outubro Rosa se torna ainda mais relevante.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que 73.610 novos casos de câncer de mama sejam registrados até 2025, com uma taxa de incidência superior a 41 casos a cada 100 mil mulheres. Em 2020, a doença resultou em 18.068 óbitos no País. Embora rara, a doença também pode acometer homens, representando cerca de 1% dos casos.

No Ceará, a estimativa para o mesmo período aponta para cerca de 3.080 novos casos, com uma taxa de incidência superior a 54 casos por 100 mil mulheres.

OUTUBRO ROSA NA ALECE

Este mês, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio do Comitê de Responsabilidade Social, Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS), Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Assalce) e Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC), promoverá uma série de eventos focados na conscientização e prevenção entre as servidoras da Casa.

Na próxima terça-feira (15/10), a partir das 9h, será realizada a abertura oficial da campanha no hall de entrada do anexo III (Edifício Dep. Francisco das Chagas Albuquerque) da Alece. Segundo Odete Sampaio, orientadora da Célula de Enfermagem, este ano, as ações serão concentradas no local. O anexo III da Casa também receberá iluminação alusiva à campanha.

Neste ano, as atividades também estarão voltadas direta e exclusivamente para o público interno, no período de 15 a 17 de outubro. Haverá estações de autocuidado, uma roda de conversa, no dia 16, com o tema “Prevenir não dói” e, no dia 17, um aulão de alongamento para mulheres. A campanha será intensificada nos dias 16 e 17, com uma blitz de prevenção em diversos setores da Alece.

Nas estações de autocuidado, enfermeiras vão orientar as servidoras sobre a realização do autoexame de mama – um exame de toque e observação que permite identificar alterações nos seios, como nódulos, inchaços, alterações na textura ou secreções mamárias. “O autoexame é uma observação e palpação das mamas feita ou pela enfermeira ou pelo médico na busca de nódulos e outras alterações”, pontua Odete Sampaio.

Dando prosseguimento às ações, na próxima quarta-feira (16/10), uma roda de conversa com ginecologistas e mastologistas abordará a prevenção e o diagnóstico do câncer de mama, além de ouvir depoimentos de servidoras que superaram a doença.

Outros setores da Casa, como o Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) e a Célula de Saúde e Segurança do Trabalho também participarão das atividades. “Será uma semana intensa, com ações voltadas às nossas servidoras e seus dependentes, mas é importante destacar que essas iniciativas não se restringem apenas a esse período. As atividades vão continuar, pois a prevenção ao câncer de mama deve ser uma prática constante, durante todo o ano, e não apenas no Outubro Rosa”, destacou.

Ainda segundo a orientadora da Célula de Enfermagem, a mamografia é um exame que deve ser realizado periodicamente. Trata-se de uma radiografia das mamas, utilizada para o rastreamento de alterações suspeitas ou câncer, “mesmo antes do aparecimento de sintomas”. A recomendação é que mulheres entre 50 e 69 anos façam uma mamografia a cada dois anos, já que o risco de câncer de mama aumenta com a idade.

“E toda mulher a partir de 40 anos já deve procurar o serviço de saúde para ter suas mamas examinadas pelo médico anualmente. A realização da mamografia é feita com indicação médica”, pontuou, acrescentando que mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou câncer de ovário devem começar a fazer o exame clínico das mamas e a mamografia anualmente a partir dos 35 anos.

SALA DA SAÚDE DA MULHER

Entre as ações de acolhimento às mulheres, a Alece conta, desde outubro do ano passado, com a Sala de Saúde da Mulher, vinculada à Célula de Enfermagem do Departamento de Saúde e Assistência Social (DSAS). O espaço recebe servidoras da Alece e mulheres da comunidade do entorno, com foco principal nas questões que envolvem o planejamento reprodutivo e o climatério (período de transição para a menopausa).

A primeira-dama da Alece, Cristiane Leitão, destacou que a ideia surgiu nos encontros que são realizados entre profissionais do DSAS. “A maioria dos nossos servidores são do sexo feminino. Era necessário um espaço que permanecesse durante o ano inteiro dando a atenção de que as mulheres precisam e que esperam”, disse.

PROJETO DE LEI EM TRAMITAÇÃO

Para colaborar com a conscientização das pessoas em relação aos cuidados com a doença, no último dia 10 de setembro, o deputado De Assis Diniz apresentou o projeto de lei 660/2024, que institui a Política de Combate ao Câncer de Mama no âmbito estadual.

Entre os principais pilares da proposta estão o fortalecimento das ações voltadas à prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e apoio às pessoas acometidas. Para o parlamentar, a criação de uma política específica permitirá ao estado do Ceará adotar uma abordagem coordenada e integrada, direcionando todos os esforços para reduzir a incidência e a mortalidade associadas à doença.

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no Brasil, depois do de pele não melanoma. A mortalidade tende a ser maior em mulheres idosas, com destaque no grupo de 50 a 69 anos. “Com a implementação dessas diretrizes, esperamos reduzir a mortalidade causada pela doença, uma vez que haverá um foco maior na prevenção e no diagnóstico precoce, que são cruciais para aumentar as chances de cura”, sublinhou o deputado De Assis Diniz.

Além disso, acrescenta, a política visa melhorar a qualidade de vida das pacientes, garantindo que elas tenham acesso a tratamentos adequados durante todo o processo de enfrentamento da doença. “Queremos também incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de novos métodos de tratamento. Isso inclui a oferta de suporte psicológico, assistência social e cuidados paliativos, além de facilitar o acesso a tratamentos de qualidade em tempo hábil.”, reforçou.

Ao enfatizar que o câncer de mama continua sendo um grande desafio para a saúde pública, o deputado chamou a atenção para a situação no Ceará, argumentando que “aqui, a incidência da doença tem aumentado, refletindo a necessidade urgente de políticas públicas eficazes que abordam tanto a prevenção quanto o tratamento e o suporte às pacientes”, concluiu o parlamentar.

A proposta que institui a Política de Combate ao Câncer de Mama no âmbito estadual foi lida no Plenário 13 de Maio no dia 10 de setembro e enviada à Procuradoria Legislativa, órgão consultivo responsável pela análise jurídica de todos os projetos, para parecer.

Após essa etapa, será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e demais colegiados, para votação. Em seguida, passará por discussão e votação em plenário. Se aprovada, a proposta será enviada ao governador Elmano de Freitas para sanção ou veto.

AÇÕES NO ESTADO

Para alcançar todas as mulheres cearenses, o Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa) e em parceria com a Secretaria das Mulheres, também lançou a campanha “De outubro a outubro rosa”.

Durante este mês até outubro do próximo ano, várias ações serão desenvolvidas com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância da identificação precoce do câncer de mama e do colo uterino, como destaca Carmem Cintra de Oliveira Tavares, assessora da Coordenadoria de Atenção Especializada e de Redes de Atenção à Saúde da Sesa.

Neste mês, acrescenta, mais de 17 mil mamografias serão disponibilizadas nas 22 policlínicas distribuídas em todo o Estado. As policlínicas regionais de Acaraú, Aracati, Baturité, Crateús, Crato e Limoeiro do Norte funcionarão aos sábados e no período noturno, facilitando o acesso para mulheres com jornadas de trabalho mais extensas.

É importante ressaltar que, para realizar o exame, a paciente deve primeiro procurar o posto de saúde mais próximo. O médico faz a regulação, inserindo as informações no sistema e agendando a data, hora e local do procedimento, para que ela já saia da consulta com tudo confirmado.

O público-alvo da campanha são mulheres entre 50 e 69 anos, especialmente aquelas que não apresentam sintomas. “O câncer de mama resulta, infelizmente, em muitas mortes devido ao diagnóstico tardio, e é isso que essa campanha tem fortalecido: a identificação o quanto antes para que lesões ainda não palpáveis sejam identificadas e tratadas em tempo oportuno para minimizar as consequências de que esse câncer possa ocasionar na saúde da mulher”, enfatizou a assessora.

Além disso, está sendo trabalhada uma programação de webinários ao longo do ano voltada para profissionais de saúde e gestores, com o objetivo de sensibilizá-los sobre a temática e intensificar a campanha educacional destinada ao público-alvo.

“Essas ações envolvem um esforço conjunto entre o Governo do Estado, o Ministério da Saúde e os municípios para sensibilizar gestores e profissionais de saúde a reconhecerem a importância de alcançar essa população”, destacou Carmem Tavares, acrescentando que a ideia é também desmistificar a realização desse exame, especialmente para mulheres que acreditam que ele é doloroso ou tenham receio dos resultados.

Fonte: ALECE

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