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Desde 1985 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incentiva e aprimora técnicas de informatização e modernização do processo eleitoral. Naquele ano houve a implantação do primeiro cadastro informatizado de eleitores da história da justiça eleitoral. Mas apenas em 1995 a urna eletrônica foi desenvolvida e passou a ser utilizada um ano depois, na eleição municipal de 1996. Anteriormente, os votos eram feitos em cédulas de papel e depositados em urnas de papelão ou lona, atividade que facilitava os erros e as fraudes em processos eleitorais.

A coação dos eleitores e as fraudes em eleições eram recorrentes no Brasil antes da criação da justiça eleitoral em 1932. A partir de então, o processo eleitoral passou a evoluir em todos os sentidos, principalmente, na informatização, com foco na redução da interferência humana nas eleições. Com base nesse cenário e se tratando de um ano eleitoral, a UNALE traz algumas fraudes eleitorais que foram extintas com a introdução do voto eletrônico.

“Urna grávida”

Criminosos abasteciam as urnas de lona com cédulas já preenchidas antes do início da votação. Assim, ao chegar na sessão eleitoral a urna já tinha votos depositados. Essa ação dava um aspecto inchado para a urna, por isso a expressão.

“Voto formiguinha”

O eleitor recebia a cédula do fiscal e dirigia a cabine de votação. Em vez de preencher e depositar seu voto na urna, o fraudador depositava um papel qualquer na urna e escondia a cédula oficial. Ao sair da sessão, a cédula era repassada para outro fraudador que preenchia os candidatos desejados e repassava para outra pessoa realizar o mesmo processo. O esquema era repetido à exaustão.

Eleitor votar no lugar de outro

O eleitor fraudador apresentava documento falso para se apresentar na sessão eleitoral e votava no lugar de outras pessoas. Com isso, a mesma pessoa podia votar no lugar de outras em mais de uma zona eleitoral. Até pessoas mortas eram usadas nesse tipo de fraude.

Substituição/roubo de urna

As fraudes também ocorriam no trajeto das urnas até as sessões eleitorais. A substituição das urnas acontecia ao final da sessão eleitoral, onde as urnas que foram depositados os votos ao longo do dia eram substituídas por urnas com cédulas indevidamente preenchidas. Já o roubo de urna acontecia antes mesmo do início da votação. Assim, certas zonas eleitorais nem eram abertas e as pessoas eram impossibilitadas de votar.

Número falso

As cédulas que continham o nome do candidato eram preenchidas com o número de outro candidato. Sendo assim, os votos eram anulados porque não era possível definir com precisão em qual candidato o eleitor votou.

Votos brancos preenchidos

Na votação, os eleitores marcavam os votos com caneta azul e no momento da apuração era usada a caneta vermelha para contabilizar os votos. Ao se depararem com votos em branco, os fraudadores usavam a caneta azul para marcar o candidato que queriam nas cédulas.

Fraude “cantada”/Mapismo

Após serem apurados, os votos eram consolidados em mapas eleitorais. No momento de transferir os votos para os mapas as fraudes poderiam ocorrer de duas maneiras: a pessoa que “cantava” (falava em voz alta) os votos informavam os números errados para serem registrados no mapa; a outra forma era a pessoa que estava registrando os números no mapa colocar os números errados no registro e fraudar a votação.

O mapismo era realizado no momento de digitar o mapa de resultados, os votos eram retirados de um candidato para outro, dentro da mesma legenda. Se dois candidatos tinham 50 votos cada, eram creditados 80 votos para um e 20 para o outro, por exemplo. Assim, não se alterava a quantidade de votos da sessão eleitoral.

*Com informações do TSE

Por Gabriel Spies/Ascom UNALE

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