Evangelista Siqueira é deputado estadual pelo PT-RR
O Brasil é o quarto país latino-americano com maior crescimento no número de suicídio registrado entre os anos de 2000 e 2012, segundo relatório da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Nesse sentido, o nosso País ocupa a oitava posição em número de suicídios. Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% (11.821) na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens.
E o mais preocupante, os dados apontam para o suicídio de 26 brasileiros por dia, sendo que a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média da população.
Para tornar mais preocupante e motivo de reflexão, a OMS estima que 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o Planeta, ou seja, uma pessoa se mata a cada 40 segundos. Essa passou a ser a segunda maior causa de morte em pessoas entre 15 e 29 anos de idade.
Os dados avançam a cada ano e já nos colocou numa posição de alerta, onde aponta o suicídio como a maior causa de morte entre jovens, mais ainda que o HIV. Estima-se que o índice na faixa etária entre 15 e 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes.
O suicídio é um assunto complexo. Normalmente não existe uma razão única que faz alguém tirar a própria vida. Por isso, o assunto deve ser discutido abertamente na nossa sociedade. A informação e sensibilização são as ferramentas mais fortes contra esse tipo de morte em nosso País.
O Estado de Roraima, por exemplo, aponta nos dados Nacionais como o segundo Estado Brasileiro com o maior número de suicídio ao ano. Só em 2015, foram registrados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, 15 suicídios, com maior prevalência entre jovens e adolescentes.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), na área de prevenção é necessário desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, de educação e de proteção e de recuperação da saúde. Na área de informação, são necessárias ações de comunicação e de sensibilização da sociedade de que o suicídio pode ser prevenido.
É fundamental que se organize uma linha de cuidados integrais (promoção, prevenção, tratamento e recuperação) em todos os níveis de atenção para garantir o acesso às diferentes modalidades terapêuticas.
Sobre isso, o Ministério da Saúde investe nos Centros de Atenção Psicossocial, que somam em todo o Brasil, mais de dois mil, com capacidade de mais de 40 milhões de atendimentos por ano. Mas é preciso qualificar o atendimento, implantar processos de organização de uma rede de atenção e intervenções nos casos de tentativas de suicídio.
Em Roraima, queremos unir forças com a sociedade e instituir, por meio da Lei, a Semana Estadual de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio. A nossa proposta é desenvolver atividades educativas e de sensibilização na semana que se compreende o dia 10 de setembro, lembrado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, estabelecido pela OMS.
As discussões estariam estabelecidas no calendário oficial do Estado, com atividades em escolas públicas e privadas, unidades hospitalares a eventos abertos à comunidade, com participação de profissionais da área de saúde, de forma a proporcionar esclarecimento sobre essa triste realidade mundial que é o suicídio.
Tudo isso ao considerar a valorização da vida como prioridade de toda e qualquer sociedade. Enquanto legislador, tenho o compromisso social com um assunto que cresce silenciosamente e necessitando desta forma, de mais afinco do Poder Público.