A polêmica proposta que pretende unificar as eleições no Brasil promete ganhar força em 2013. A União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale) deseja criar uma campanha de mobilização nacional em prol da mudança. A primeira ação está prevista para acontecer no mês de abril, em Santa Catariana. Deputados de todo o país prometem recolher assinaturas dos cidadãos para pressionar o Congresso a aprovar a proposta.
“Hoje, as eleições são prejudiciais em vários aspectos. Temos as restrições legais três meses antes e três meses depois das eleições, como o repasse de recursos, que acaba engessando o Estado”, afirma o presidente da Unale, Artagão Júnior (PMDB), deputado estadual do Paraná.
O parlamentar também destaca a falta de sintonia dos representantes. “Prefeitos e vereadores não estão sintonizados com o governador, por exemplo. Isso faz com que a gente perca tempo. Vários programas que estão engatilhados acabam sendo perdidos”, avalia.
Segundo ele, o apoio de deputados de todo o país está praticamente garantido. “A Unale é composta por representantes de todos os Estados. Em dezembro, ficou decidido que os membros consultariam as Assembleias”, disse.
Artagão aposta na pressão popular para convencer o Congresso a votar a proposta. “Quando temos uma mobilização em nível nacional, a perspectiva é que ganhe mais força. Com pressão popular, as forças políticas passam a se sensibilizar”, concluiu.
Tesoureiro geral da Unale, o deputado estadual de Minas Alencar da Silveira Jr. (PDT) é um dos principais defensores da aprovação da proposta. “A unificação das eleições é o avanço para a reforma política que tanto discutimos. Com ela, nós conseguimos o fortalecimento da política nos níveis federal, estadual e municipal”, afirma.
Quadro atual
Atualmente, as eleições acontecem de dois em dois anos, alternando a escolha dos representantes do Legislativo e do Executivo municipais com a dos ocupantes dos cargos nos níveis Estadual e Federal.
A proposta é que sejam escolhidos o presidente, senadores, governadores, deputados, prefeitos e vereadores na mesma eleição.
Além da paralisia do Legislativo no período eleitoral, a Unale alega que um pleito a cada dois anos gera um alto custo e prejuízos para algumas áreas.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o custo de operação das eleições do ano passado foi de R$ 395 milhões. Além disso, segundo levantamento realizado pelo site Contas Abertas, o valor referente à renúncia fiscal das emissoras de TV e rádio para a transmissão da propaganda eleitoral gratuita chega a R$ 606 milhões.
Fonte: Jornal O TEMPO