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A sinergia entre governança e gestão de TI foi o tema comum das palestras do Encontro Nacional de Informática Aplicada ao Legislativo (ENIAL), realizado na tarde desta quarta (9), durante a 25ª Conferência da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale). Os palestrantes relataram experiências diversas em que a efetividade de projetos de modernização têm por base o convencimento da Mesa Diretora e o desenho de ações em conjunto com outros setores, que serão usuários finais ou operadores dos sistemas.

O aprimoramento de quatro áreas da gestão de TI foram destacados como essenciais pelo ex-diretor do setor na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Dorimar Mandatto: atendimento, serviços digitais, inovação e mudanças internas. Para isso, ele apontou como uma precondição necessária o estabelecimento de um orçamento específico que garanta a manutenção de modernização de infraestrutura de TI. Como exemplo, lembrou que a crescente digitalização dos processos legislativos deixa os parlamentos mais vulneráveis a ataques cibernéticos, o que demanda o investimento em backups e sistemas redundantes.

Ainda mais enfaticamente, Frederico Bortolato, Diretor do Departamento de Inovação e Tecnologia de Informação da Assembleia Legislativa de São Paulo, argumentou que a peça orçamentária não garante a execução e, portanto, diversos outros níveis de aproximação entre TI e alta gestão devem ocorrer para a efetivação de mudanças. Ele defendeu a integração do planejamento de TI aos objetivos estratégicos pactuados com a governança corporativa e o mapeamento de processos tácitos para que seja possível a automação e o aprimoramento de procedimentos, sempre em estreita colaboração com os demais setores afetados. “Tudo isso gera resistência, por isso a importância do convencimento da alta administração, de negociação, de comunicação interna”.

Exemplos de uma estreita e bem sucedida relação entre gestão de TI, Mesa Diretora e demais setores foram dados pelos palestrantes seguintes. Mário Sérgio Gurgel, Diretor de Tecnologia de Informação da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte elencou quatro elementos essenciais para isso: patrocínio da gestão, equipes interdisciplinares, autonomia para nomeação de cargos comissionados e infraestrutura adequada. Dessa combinação surgiram soluções como um inovador sistema de processo legislativo eletrônico, que gera relatórios customizáveis sobre os mandatos e já foi compartilhado com a Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Já o superintendente de TI da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Bráulio Torres, apresentou o Alepe Legis, sistema que consolida a legislação estadual e oferece um sofisticado sistema de busca, usado em larga escala por diversos públicos, alcançando mais de 1 milhão de usuários individuais. “São cinco anos de evolução para chegar nesse resultado, em 90% das pesquisas o usuário encontra o resultado desejado na primeira página”. O gestor ressaltou que o projeto foi, desde a concepção, elaborado em parceria com outros setores, e até hoje tem gerado subprodutos, como códigos legislativos, o mapeamento de normas por municípios afetados e uma área do portal que consolida normas relativas à pandemia de coronavírus. O presidente da ENIAL e servidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Marcos Pontes de Aquino, também destacou que os setores de TI “deram uma importante contribuição para que os estados não parassem durante a pandemia”.

Por Raero Monteiro

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