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Liliane Roriz  deputada distrital pelo PSD

Recentemente,  a história de vida de uma jovem de 20 anos, portadora de acondrolpasia, doença conhecida como nanismo, me chamou a atenção. Como se não bastasse, Maria Eduarda Mendonça ainda sofre de retinose, doença que a deixou com apenas 20% da visão. Aos oito anos, estudante de escola pública no DF, disseram a ela que era impossível aprender a ler e escrever. Apesar das dificuldades, hoje, Maria Eduarda, carinhosamente conhecida como Duda, venceu os próprios desafios ao ser aprovada no curso de Direito em uma conhecida universidade.

E conquistar vitórias não é novidade para Duda. Desde que ela decidiu, aos 10 anos, parar de se questionar sobre o que teria feito para merecer de Deus “tamanho castigo”, ela resolveu virar o jogo. Em vez de se machucar, resolveu agir. Mesmo sem poder utilizar os olhos com perfeição, Duda conseguiu enxergar com o coração. Rodou escolas e entidades para mostrar que todos podemos superar nossos desafios. O saldo dessa decisão é de mais de 800 palestras em todo o DF e no Brasil para um público que ela mesma já perdeu as contas.

Se trouxermos o caso de Duda para a atual realidade do Distrito Federal, o dela se soma ao de milhares  de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. São 573.805 brasilienses que possuem algum tipo de deficiência, enquanto que no Brasil são mais de 45 milhões. Aprofundando sobre o assunto, pude observar que não existe inclusão social para pessoas com deficiência se não houver duas coisas: acessibilidade e vontade. Isso significa que o direito de ir e vir deve ser garantido não apenas por lei, mas por sensibilidade de nossos governantes.

É por meio da acessibilidade integral que as pessoas com deficiência conseguem ser incluídas no meio social e, com isso, terem a certeza que podem sim vencer seus próprios desafios. Duda teve a ajuda de duas professoras que ela apelida de “anjos” que a ensinaram a ler, escrever e a ver o mundo de outra forma.

Por isso, digo que não apenas políticas públicas, mas a sensibilidade das autoridades, que será refletida na população, são fundamentais para que outros “anjos” possam entrar na vida de mais pessoas como as duas que adotaram Duda.   A acessibilidade é a palavra chave para se alcançar a inclusão social, para nortear as futuras ações governamentais.

Em Brasília, capital do nosso país, é preciso que ergamos a bandeira da conscientização para que consigamos promover a acessibilidade como um todo. É no dia-a-dia que essas reflexão vão fazer a diferença. Infelizmente, pouco vemos de ação para que as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam conviver na sociedade com todas as condições.

Protocolei projeto para obrigar o GDF a construir faixas de pedestre com piso tátil para os deficientes. Esse é apenas um passo dos inúmeros que devemos dar em busca de uma vida mais digna a todos.  É preciso superar velhas metas e traçar novas e modernas prioridades.

Temos que lutar e criar condições para que todos possamos ser tratados com igualdade, apesar das diferenças físicas ou pessoais.  Como Duda mesma costuma dizer, “a pior deficiência não é a física ou mental, é a que existe dentro de nós, que nos priva de dar amor e nutre o sentimento do egoísmo e da ignorância”.  Dá-lhe, Duda!

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