Arte: Dicas de Mulher

Brasil está entre os países com menor representatividade feminina nos parlamentos federais

As candidaturas femininas bateram recorde nas eleições de 2022, com 33,3% dos registros nas esferas federal, estadual e distrital. As mulheres representam 53% do eleitorado do país, o que corresponde a 82 milhões de votantes. Apesar disso, elas ocupam apenas 15% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 17,28% das cadeiras no Senado. Nas Assembleias, apenas 161 mulheres foram eleitas, o que representa uma média de 15% do total de postos.

Mesmo com as medidas tomadas a fim de aumentar a participação das mulheres na política, ainda existe o distanciamento delas dos lugares de tomadas de decisão. O Brasil ocupa a lista dos parlamentos federais com menos mulheres no mundo.
Desde o início da República, em 1889, o país teve uma única presidente, Dilma Rousseff, e apenas 16 governadoras mulheres. Dessas, oito foram eleitas para o cargo e as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular.

A eleitas governaram seis estados, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul, sendo três no Rio Grande do Norte. Como dito em matérias anteriores, o estado nordestino é pioneiro em participação feminina na política. Foi o primeiro, em 1927, a autorizar as mulheres a votarem e serem votadas. Também foi, em 1928, o primeiro do país a eleger uma prefeita: Alzira Soriano, na cidade de Lajes.

Dos 32 partidos políticos brasileiros, apenas seis são presididos por mulheres, sendo: Partido dos Trabalhadores (PT), com a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR); Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com Luciana Santos (ex vice-governadora de Pernambuco); Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), com Aldinea Fidelix; Podemos, com a deputada federal Renata Abreu (SP); Partido da Mulher Brasileira (PMB), com Suêd Haidar; e Rede Sustentabilidade, com a ex-senadora Heloísa Helena.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres que ocupam posições de liderança política tendem a trabalhar em linhas partidárias por meio de bancadas femininas para defender questões de igualdade de gênero. Entre os temas abordados, estão o combate à violência doméstica, a licença parental, direitos das crianças, gestantes, à pensão, igualdade de gênero, além de reformas eleitorais.

No mundo

Segundo o último relatório anual da União Interparlamentar, de 2022, pela primeira vez, há mulheres parlamentares em todos os países do mundo. O órgão global, que promove a paz por meio da diplomacia parlamentar e do diálogo, também disse que a participação feminina nunca foi tão diversa.

As pesquisas mostram que as mulheres ocupam uma média de 25,8% dos assentos disponíveis, representando um aumento de 2,3% desde a última eleição. As conclusões são baseadas em dados dos 47 países que realizaram eleições no ano passado.

Apesar desses dados positivos, a União Interparlamentar observou que este é o menor aumento na participação feminina em seis anos. O registro de 0,4% significa que a parcela global de mulheres em cargos parlamentares ficou em 26,5% no início deste ano.

A outra má notícia é que, nesse ritmo, levará mais 80 anos para alcançar a paridade de gênero no parlamento. O secretário-geral da União Interparlamentar, Martin Chungong, ressalta que um dos maiores entraves é “o clima de sexismo, assédio, violência contra a mulher que estamos presenciando em todo o mundo”.

Por Malu Souza/Ascom Unale

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