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Mais 100 mil doses de vacina da gripe, que inclui proteção contra o vírus H1N1, da Gripe A, devem chegar ao estado, até sexta-feira (27), segundo informou o diretor de vigilância epidemiológia, infectologista Fábio Gaudenzi de Faria.

As próximas doses serão distribuídas em todo o estado, por meio das regionais de saúde, que solicitarão o número de vacinas conforme a demanda de cada local. Até esta segunda-feira (23), Santa Catarina tinha recebido 1.295.000 doses contra gripe. A solicitação por mais doses foi feita na semana passada. O Ministério da Saúde anunciou que receberia vacinas e as ofereceu para Santa Catarina. Como não há estimativa, o número de doses foi avaliado por meio de comparação com o último pedido da Secretaria, que também havia sido de 100 mil doses, no mês passado.

Cardiopatas e imunodeficientes Este novo lote é destinado apenas a pessoas que têm doenças que facilitam a infecção grave pelo vírus Influenza. “Nós temos portadores de doenças cardíacas, doenças pulmonares, nos rins, fígado, obesos, imunossuprimidos. É muito importante frisar que essa faixa da população que ainda não foi vacinada é extremamente vulnerável – os portadores de imunodeficiências como HIV, neoplasias, transplantados. Uma faixa de pessoas que tem outras doenças associadas também precisa se vacinar”, esclareceu o diretor da DIVE. As doses da vacina ficarão disponíveis, de forma gratuita, nos postos de saúde do estado e alguns hospitais da rede pública. De acordo com Gaudenzi, a população de crônicos não é estimada em nenhum estado do Brasil, como pode-se quantificar crianças, gestantes e idosos. Por isso, não existe uma meta de vacinados como houve em outras campanhas. Segundo ele, a preocupação agora é vacinar todos os portadores de doenças crônicas até que a última dose se acabe, pois esta deve ser a última etapa da campanha no estado. “Essas pessoas podem contrair infecção mesmo após o inverno”, alertou. Em relação à vacina, ao contrário do que se pensava, a taxa de proteção não é de 90%, mas de 60 a 70%. Estudos recentes apontam que em gestantes é ainda menor: cerca de 56%. Por este motivo, o infectologista ressalta que “mesmo as pessoas vacinadas podem adquirir gripe, e com isso elas precisam também ter o tratamento adequado, o uso da medicação. A vacina vai funcionar como uma proteção a mais para as pessoas mais vulneráveis, mas ela não isenta a pessoa de procurar o serviço de saúde para ser avaliada e tomar medicação se necessário”.

Redução dos casos de Gripe A e números Fábio Gaudenzi afirma que já se observa uma redução dos casos de Gripe A há duas semanas. “A diminuição é esperada, pelo comportamento de circulação do vírus. Geralmente ocorre nos meses de junho, julho e agosto, mas neste ano começou precocemente, em maio. Este ano a circulação foi um pouco antecipada”. Desde janeiro de 2012, foram registrados 2.364 casos graves. Destes, 685 foram causados pelo vírus Influenza A – H1N1. Neste período, registraram-se 133 óbitos, sendo 62 deles causados por Influenza A – H1N1. Santa Catarina é o estado que soma o maior número de casos e mortes pela doença em 2012. Um novo relatório detalhado com o número de infectados e mortos por gripe A deve sair nesta quinta-feira (26).

Precauções e tratamento O diretor da DIVE retrata um panorama mundial em que, infelizmente, culturalmente, não se tratava a gripe. As pessoas em geral, e mesmo os profissionais da saúde, não se atentavam para os riscos da gripe até 2009, quando houve o primeiro surto do vírus H1N1. “A gripe pode sim ser uma doença grave. Nós temos no mundo em torno de 500 mil óbitos/ano causados pelos vírus da gripe. Precisamos estar alertas. Quando o paciente tiver algum sintoma precisa procurar o serviço de saúde para ser avaliado adequadamente. Se for constatado caso de Gripe A, é necessário entrar imediatamente com a medicação oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu”. O medicamente antiviral específico é liberado mediante licença médica pelo SUS. No site da Diretoria de Vigilância Epidemiológica www.dive.sc.gov.br é possível consultar informações sobre os locais que disponibilizam gratuitamente a medicação nos municípios catarinenses.

Três etapas para evitar que a gripe se espalhe Anualmente o vírus Influenza circula com mais intensidade, no período do inverno, quando há maior aglomeração em locais fechados. Mesmo assim, a população deve estar sempre alerta durante todo o ano. As medidas orientadas pelo Ministério da Saúde são: seguir as etiquetas da tosse, da higiene respiratória, da higiene das mãos, que ajudam a reduzir a circulação desses vírus que têm transmissão pelas gotículas respiratórias. Se estiver tossindo ou espirrando, o ideal é utilizar um lenço descartável ou usar o antebraço para cobrir a boca. Evitar ao máximo conter a tosse/espirro com a mão e tocar nas superfícies e objetos, contaminando ambientes. Os vírus respiratórios, dependendo da umidade e temperatura, podem ficar ativos de 30 minutos a 2 horas. Quantas pessoas vão tocar numa maçaneta contaminada em duas horas, por exemplo.

Texto: Michelle Dias – ALESC

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