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Uma comissão de representantes da República Árabe Saaráui Democrática (Saara Ocidental) esteve em Brasília em visita a Câmara e Senado e na Unale.

Em reunião com a presidente da Secretaria de Mulheres da Unale e representante brasileira na Rede de Mulheres Parlamentares das Américas, deputada Conceição Vieira (PT/SE), a secretária-geral da União Nacional de Mulheres Saharauis (UNMS), Fátma Mehdi, e a deputada saharaui no Parlamento da União Africana, Suelma Emhamed, pediram a sensibilização do parlamento brasileiro quanto à questão dos direitos humanos e o reconhecimento do papel das mulheres na organização dos acampamentos de refugiados e na luta pela resistência e libertação nacional do povo Saharaui.

Durante a reunião, o grupo ressaltou que mais de 80 países já reconheceram a independência da República Árabe Saarauí, com a exceção do Brasil, único na América do Sul. Atualmente, os Saarauí são um povo sem território e os acampamentos de refugiados no deserto do Saara, no sudoeste da Argélia, reúnem mais de 200 mil pessoas. A deputada foi convida a conhecer o Saara e se comprometeu a analisar a situação e o reconhecimento deles, aqui, no Brasil.

História

A Espanha ocupou as terras do povo Saharaui, localizadas no Noroeste da África – Deserto do Sahara, por mais de um século, até 1975. Logo depois veio a ocupação marroquina e a dramática situação atual, com um povo dividido entre os campos de refugiados na Argélia, onde mais de 200 mil pessoas sobrevivem da ajuda humanitária, e os territórios ocupados, onde outra parte da população enfrenta terríveis repressões e violações contínuas de direitos humanos.

Reconhecida internacionalmente como a última colónia africana, o Sahara Ocidental espera, há décadas, que as Nações Unidas promovam a realização de um referendo sobre a autodeterminação, tal como foi estabelecido em 1988, num Plano de Paz acordado entre Marrocos, a Frente Polisário e a ONU. Em 1991, estabeleceu-se no Sahara a Missão das Nações Unidas para o Referendo do Sahara Ocidental (Minusro), prevendo-se a realização do plebiscito para 1992. Quase vinte anos mais tarde, este ainda não se realizou. Nenhum país reconhece a legitimidade da ocupação de Marrocos. Pelo contrário, a União Africana e mais de 80 estados de todo o mundo reconhecem a República Árabe Democrática Saharaui como legítima e soberana.

Mulheres Saharauis

As mulheres saharauis tem papel fundamental na luta pela resistência e libertação do povo saharaui: sem elas não teria sido possível elevar o nível educativo da população, fazer com que muitos jovens pudessem ser recebidos em outros países para realizar cursos superiores, constituir um governo democrático saharaui no exílio, criar laços de solidariedade com organizações e pessoas do mundo todo. Vitórias obtidas quase sem meios, em condições extremas.

*Com informações da Marcha Mundial das Mulheres Portugal (MMM)

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