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iracema_portellaIracema Portella é deputada federal pelo PP/PI

A economia do Brasil não cresceu como se esperava, a produção industrial esfriou, as exportações registraram quedas significativas, e o investimento externo foi comedido. Ainda assim, a abertura de novos postos de trabalho manteve-se em expansão, o que é positivo para a nossa população.

Apesar do tímido crescimento econômico, o ano de 2012 foi bom na geração de empregos. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o desemprego, no ano passado, manteve-se a uma taxa média de 5,5%, a menor desde início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), há dez anos. A taxa de desemprego de dezembro – 4,6% – foi, igualmente, a menor já apurada pelo Instituto.

Enquanto a produção industrial brasileira decresceu 2,6%, em 2012, a variação da taxa de emprego, na indústria, foi de apenas -0,2%. Os setores de comércio e de serviços, que, tradicionalmente, ocupam mais pessoas, foram os grandes geradores de novas vagas no mercado de trabalho, com destaque para as áreas de educação, saúde, administração pública e construção civil, que tiveram variação positiva de mais de 4% na oferta de emprego. Assim, a animação de um setor da economia acabou por servir de contrapeso para o abatimento de outro.

Os números do IBGE mostram, ainda, que a renda média da população teve aumento recorde no ano passado: 4,1%. A forte majoração do salário mínimo foi o fator de maior peso nessa conta.

Ressaltamos, porém, que as diferenças regionais devem ser consideradas, sob risco de olharmos para quadro que não reflita a realidade vivida e sentida por toda a população brasileira.

A informalidade e a precariedade das relações trabalhistas são, infelizmente, questões que persistem insolúveis no cotidiano de milhões de brasileiros. Especialmente no interior do País e nas regiões mais pobres, o que se vê é a contínua dependência de grande parte da população em relação a exploradores de mão de obra, sem perspectiva de melhorias de condições de trabalho, enquanto o tão aguardado progresso ali não se enraizar.

A retomada do crescimento econômico e a preservação dos índices otimistas de ocupação dos trabalhadores brasileiros exigem esforço categórico dos governos Federal e estaduais nas obras de integração nacional e nas políticas de redução das desigualdades sociais. A reparação dos problemas estruturais que impõem dificuldades ao desenvolvimento do Norte e do Nordeste é inadiável.

Precisamos de água para amenizar a seca, estradas e ferrovias para escoar a produção, escolas, centros técnicos e universidades para formar profissionais qualificados. Sem isso, o Brasil corre o risco de se manter em paralisia e, em um futuro próximo, embalar numa ladeira descendente de perdas das conquistas dos últimos anos.

Os indicadores positivos revelados pelo IBGE, relativos ao emprego, vão se sustentar somente se houver avanços de desenvolvimento nas localidades onde há fragilidade social mais notória.

A esperança alimentada por uma taxa média de desemprego, que é menos da metade da que tínhamos há dez anos, deve ser também o estímulo para que Estado e sociedade não se acomodem, para que persigam novas metas, na direção de mais dignidade e melhores condições de vida para todas as famílias deste País.

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