gabriel-souza Por: Gabriel Souza

Deputado Estadual (PMDB-RS) e Líder do Governo

Os sinais eram cada vez mais claros, porém, ignorávamos. Passamos muitos e muitos anos fugindo do assunto. Quando nos alertavam, desconversávamos. Durante esse tempo todo, empurramos com a barriga. O que na verdade fazíamos era adiar o inadiável, prorrogar o improrrogável e evitar o inevitável.

Fingíamos que iria funcionar, empurrávamos uns para os outros a responsabilidade e, ora no governo, ora na oposição, nos revezávamos na tarefa de criticar. Enquanto isso o Estado ia aumentando de tamanho, já era um gigante, presente em vários setores, muitos dos quais, a gente sempre soube, não precisaria estar. Mas continuávamos, afinal, é o Estado! Sempre se dá um jeito.

E assim fomos indo: gráfica, mineradora de carvão, televisão, rádio, instituto de folclore, administradora de estágios. Temos estatais para todos os gostos. Chegamos em quarenta, mas o que importa? É o Estado!

Nesta salada de frutas pública, nada é prioridade. O contribuinte, aquele que sustenta o elefante chamado Rio Grande do Sul, não recebe os serviços aos quais tem direito. Segurança? Não, temos que manter as companhias. Saúde? Ora, temos várias autarquias. Educação? Pare com isso, temos fundações.

A conta chegou e o nosso Estado não aguenta mais o peso que carregou durante décadas. Estamos em calamidade financeira, não há dinheiro suficiente para pagar a folha e investir nas áreas essenciais. As pessoas precisam do Estado e ele, embora presente em quase tudo, não está onde deveria.

No Rio Grande do Sul, um Estado de corporações fortes e opiniões generalizadas, todos querem a mudança, porém poucos querem mudar. Sabemos que será um processo difícil, onde enfrentaremos resistências e sofreremos críticas oriundas dos setores atingidos. Porém, a verdade todos sabem: passou da hora de resolvermos essa situação. A escolha é clara: precisamos optar entre esse velho modelo que já mostrou que não dá certo ou partir para um novo Estado, onde o contribuinte receberá os serviços essenciais, que serão as prioridades do Poder Público. O Rio Grande não pode mais esperar.

 

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