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felipe borniermedOs jovens e a política

O deputado federal Felipe Bornier (PHS-RJ) faz uma análise precisa da atual situação dos jovens em relação a política brasileira. Confira seu artigo na íntegra aqui.

 

Os jovens e a política

felipe borniermedAfirmar que o jovem gosta de política, hoje em dia, é coisa rara, desqualifica o potencial da democracia brasileira, conquistada pela participação de importantes segmentos da nossa juventude depois do golpe militar de 1964. Apesar das desilusões com candidatos e partidos, o país que foi as urnas em outubro do ano passado tinha 13 milhões de eleitores entre 16 e 20 anos de idade.

A principal razão que afasta os jovens da política é o modo arcaico como ela é abordada. Nosso desafio é o de romper a barreira ao falar e escrever para um circuito muito restrito de ouvintes e leitores. Temos que chegar a este contingente específico através das novas ferramentas que as modernas tecnologias da comunicação criaram: através da internet, das redes sociais, blogs, enfim, deste revolucionário sistema digital que o mundo nos oferece.

Temos, portanto, de atrair o interesse dos jovens, abandonando de vez o circuito muito restrito de cidadãos que acompanham as atividades políticas. Da forma que a política é tratada há décadas, é ela que acaba abandonando os jovens, e não vice-versa.

Um estudo da UNICEF informa que os jovens brasileiros consideram os partidos políticos importantes, mas preferem não participar de uma legenda por não gostarem de política e por acharem que não possuem amadurecimento. Fui testemunha desta realidade nas duas campanhas vitoriosas para deputado federal. Procuro motivar o jovem ao mostrar a ele que sua participação é muito importante na conquista do espaço para políticas públicas voltadas para sua faixa etária. O país não pode perder a militância jovem para grupos religiosos, associações esportivas e grupos artísticos, como acontece hoje.

A participação dos jovens, hoje, na política nacional não pode restringir-se apenas aos livros de história. Mas duas décadas atrás não era assim. A última grande participação dos jovens na política foi em 1992, quando eles ajudaram no impeachment e atual senador Fernando Collor. A ocupação de cargos eletivos por jovens ainda é pequena. Dos 513 deputados federais, por exemplo, menos de uma dúzia tem menos de 30 anos.

As estatísticas são desfavoráveis, mas a melhora surgirá, tenho certeza, quando a juventude passar a ter a visão crítica e aprender a importância da política. E cabe a nós, políticos, zelarmos pelas boas práticas do exercício parlamentar no Congresso Nacional. Ser ético, por exemplo, não é virtude, mas obrigação do homem público, para servir de exemplo para as novas gerações.

Penso que a pequena participação dos jovens na política nacional está intimamente ligada a renda e ao grau de educação. Quanto maior a renda, maior seu grau de envolvimento e participação em organizações sociais. Temos, portanto, que lutar no Congresso Nacional por uma educação de qualidade e de oportunidade para todos os jovens. O jovem pobre tem uma grande dificuldade de acesso a educação e não tem estímulo. Trato preferencialmente destas questões da juventude brasileira nos projetos que apresentei na Câmara dos Deputados.

A política não pode limitar a participação dos jovens. Não basta apoiar ou ser apoiado em uma eleição, o jovem tem que tornar-se um cidadão politizado para poder reivindicar, sugerir e opinar. É através da educação para os nossos jovens para a política que mudaremos para melhor a imagem do homem público e no futuro não precisaremos combater os homens eleitos por desvios de comportamento.

Deputado Federal Felipe Bornier (PHS-RJ)

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