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roberio_negreirosRobério Negreiros é deputado distrital pelo PMDB e preside a Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo da CLDF

Alguns valores imprescindíveis em outras épocas foram se perdendo ao longo dos anos, abrindo espaço para a grave crise institucional em que a sociedade atual está afundada e para a qual não consegue encontrar solução. A esfera política, como elemento importante da história e da formação das novas configurações sociais não é diferente.

No Distrito Federal cristalizou-se a prática malsã de atentar contra a honra e a imagem de inimigos políticos. Aqui, basta estar do outro lado do balcão para ser alvo preferencial de dossiês, vídeos, gravações, grampos telefônicos (todos clandestinos, ressalte-se) e, consequentemente, estar fadado ao escárnio público e ao julgamento desinformado.

Muita gente bem intencionada teve a honra ferida de morte por esses setores da política que mereciam ser defenestrados nas urnas. Alguns optaram pelo ostracismo. Ao cidadão auto-ostracizado (termo que, embora pareça, não se trata de uma redundância) e condenado ao exílio é negado o direito constitucional de ampla defesa e do contraditório.

Pensam, os homens que elaboram e distribuem tais dossiês, que uma vez levado a julgamento público e sumariamente condenado, o cidadão recebe uma marca indelével. Uma pecha (ou uma peste) que o perseguirá para todo o sempre.  A falha neste raciocínio não atende a lógica matemática mal urdida pelos doutos da canalhice. A história sempre vira a página e faz justiça.

Venho de uma família de nordestinos e tenho muito orgulho da minha origem. Foi com eles que aprendi a valorizar conceitos morais que, como eu disse no começo deste texto, se perderam ao longo da história, dando margem à degradação institucional que assistimos nos dias de hoje. Eu, admito, estou na contramão desta história: acredito na verdade, na lealdade, na honestidade e na honra.

O Brasil precisa resgatar esses valores. A classe política precisa resgatar esses valores. E todos nós, cidadãos, também. Caso contrário, veremos sempre pipocarem, ao sabor dos ventos políticos, dossiês, gravações e grampos telefônicos clandestinos.

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