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Marcelo Grillo

Rio de Janeiro – A campanha de Marina Silva (PSB) entra na reta final do 1º turno com um sentimento oposto ao de 2010, quando a então senadora se candidatou à Presidência pelo PV. Há quatro anos, correligionários lamentavam a proximidade do fim da disputa, apostando que, se houvesse mais três semanas de pleito, Marina ultrapassaria José Serra (PSDB) e chegaria ao 2º turno, já que estava em franca ascensão. Agora, aliados estão apreensivos e contam os minutos até domingo, receosos de que a reação de Aécio Neves (PSDB) e a queda de Marina propiciem um cenário que parecia improvável há um mês: a candidata do PSB fora do 2º turno.

Hoje, há dentro da campanha a preocupação de que o ritmo de queda se mantenha ou se intensifique até domingo. Internamente, a possibilidade de ausência na próxima etapa da eleição não é discutida de forma aberta. Marina tem tentado passar confiança aos correligionários e, como faz desde que sua candidatura foi lançada e as pesquisas a colocaram à frente de Aécio, evita falar em 2º turno e pede aos integrantes da campanha que trabalhem como se a disputa ainda estivesse no início. Mas há, nos bastidores, quem revele um clima de preocupação. Um aliado próximo resumiu ontem a situação: “Está todo mundo em pânico”.

A leitura mais frequente é que não há muito a ser feito, já que o tempo de propaganda na televisão é curto, e os adversários diretos têm estruturas de comunicação mais potentes. O deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ), que esteve com Marina nesta quarta-feira, minimiza possíveis focos de preocupação e afirma que a disputa acirrada nesta reta final já era previsível.

— É um cenário de suspense, mas a hipótese mais provável ainda é a Marina no segundo turno. A palavra de ordem é “muita calma nessa hora”. Fora uma boa performance no debate da (TV) Globo, não há muito mais a ser feito.

Para Sirkis, Marina é mais forte entre os eleitores que desejam derrotar Dilma, fator que pode desequilibrar a balança favoravelmente à candidata do PSB:

— Agora é uma disputa pelo voto urbano, de classe média, e a Marina tem capacidade de provocar ondas de entusiasmo.

Publicado em O Globo em 02/10/14

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