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A 26ª Conferência da Unale debateu, nesta quinta-feira (09/11), temas urgentes e relevantes na atualidade, o meio ambiente, destacando potenciais na área das energias renováveis e os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

A mesa redonda foi mediada por Paulo André Holanda, diretor regional do SENAI e superintendente regional do SESI Ceará.

Por meio de um vídeo exibido durante o evento, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância de reunir tantos parlamentares para debater temas tão relevantes para a sociedade que fortalecem a democracia e engrandecem a atuação das Casas Legislativas.

Participando de forma remota, o coordenador-geral do Departamento de Apoio ao Conselho Nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima,  Thiago Longo afirmou que a crise climática afeta os países mais pobres e as populações mais vulneráveis, especialmente, o sul global e o Brasil tem uma posição extremamente frágil nesse contexto.

Segundo ele, o Legislativo tem um papel essencial na perspectiva  de estabelecer normas que levem ao enfrentamento da questão climática. Do ponto de vista da governança, ele citou a atuação do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e os debates que avançam e precisam envolver todos os entes do País,  como mercado de carbono regulado, hidrogênio verde, eólicas offshore, taxinomia verde, revisão da Política Nacional sobre Mudança do Clima.

EMERGÊNCIA CLIMÁTICA

O pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), discorreu sobre o cenário de alerta que a humanidade enfrenta diante da emergência climática, um reflexo das ações humanas, como reforçou recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC em inglês).

Entre as evidências da situação, ele comentou pontos como o aumento da temperatura global, aquecimento dos oceanos, encolhimento de mantos de gelo, recuo das geleiras,  elevação nível do mar, acidificação do oceano, entre outros, destacando ainda a velocidade, frequência e gravidade das mudanças

Carlos Pontes elencou desastres e mortes em decorrência das questões climáticas nos últimos anos no Brasil, como chuvas extremas em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, entre outros.

Diante disso, a atenção às ações preventivas se torna ainda mais importante, apontou o pesquisador, afirmando que dois milhões de brasileiros precisam ser transferidos de áreas de risco para locais seguros, o que envolve diretamente as políticas públicas e os legisladores

O representante do INPE afirmou que o Brasil “retomou com altivez o protagonismo conquistado arduamente até alguns anos atrás na busca de soluções para enfrentar a emergência climática global” e atua para implementar metas ambiciosas para redução das emissões, acelerar políticas e práticas de adaptação e aumento da resiliência em todos os setores e manter o apoio à geração de conhecimento científico.

Na mesma linha, Osvaldo Moraes, diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), afirmou que não é aceitável a negação do que está acontecendo no planeta, detalhando diversos impactos projetados das mudanças climáticas no Brasil.

Entre eles, por exemplo, a diminuição dos recursos hídricos, da produção agrícola, extinção de espécies da fauna e flora e consequências na área da saúde, afetando populações mais vulneráveis, entre outros.

ENERGIAS RENOVÁVEIS

O presidente da Comissão Mista sobre o Hidrogênio Verde do Senado Federal, senador Cid Gomes (PDT-CE), reiterou que não existe uma única solução para a emergência climática, mas o Brasil tem a oportunidade de avançar no desenvolvimento de matrizes energéticas mais limpas que podem contribuir com o cenário, como é o caso do hidrogênio verde.

Segundo ele, o País pode ter um lugar de vanguarda mundial na questão, até pelas condições favoráveis para geração de energia renovável a um menor custo. Nesse ponto, ele ressaltou o papel do Nordeste e seu potencial para energia eólica e solar, citando ainda alternativas como a biomassa.

O senador pediu empenho das Assembleias Legislativas para debater o tema e avaliar as possibilidades na questão das novas matrizes energéticas nas diferentes regiões a partir de suas especificidades.

26ª Conferência da Unale

A 26ª Conferência da Unale debate, em 2023, “As prerrogativas do Parlamento estadual” durante os dias 8, 9 e 10 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, reunindo representantes de todas as regiões brasileiras. O evento é realizado pela Unale e Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) com apoio do Governo do Estado do Ceará.

Por Samaisa dos Anjos

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