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Por: Fábio Ortesmann 

Deputado estadual de São Paulo, pelo partido Novo

Sete meses já se passaram desde que as aulas presenciais foram suspensas no Rio Grande do Sul. E, enquanto a rede privada de ensino retoma gradualmente suas atividades, a rede pública – por incrível que pareça – segue atolada em uma série de obstáculos e incertezas. O cronograma de retomada estabelecia um retorno paulatino a partir do dia 20 de outubro, mas visitando escolas estaduais, constatei que as perspectivas são muito pessimistas.

O impasse é claro: a Secretaria de Educação faz, por um lado, esforço significativo para oferecer às escolas os materiais e equipamentos necessários para a volta às aulas. Apesar do empenho, nota-se que a operação ocorre de forma improvisada e ineficiente, como se a pandemia fosse uma novidade em nosso estado. Por outro lado, uma porção significativa da classe docente, capitaneada pelo CPERS, ainda se nega a voltar à sala de aula e cumprir com seus contratos de trabalho. Alegam que só haverá a devida segurança quando houver uma vacina(!).

Em meio a essas incertezas, fica mais uma vez em segundo plano aquele cujo interesse deveria ser a prioridade sempre que se fala em educação: o aluno. Enquanto governo e sindicato discutem, a imensa maioria das 820 mil crianças e jovens matriculados na rede estadual de ensino tem restringido de maneira significativa seu direito à educação. Toda uma geração de alunos corre sérios riscos de sofrer os catastróficos efeitos de um fechamento extremamente longo e duradouro das escolas.

Especialistas há muito vêm alertando para os impactos no aprendizado, na renda e na desigualdade que este período sem aulas poderá trazer para o Rio Grande do Sul no médio e longo prazo. Obviamente gostaríamos de estar vivendo um momento diferente, mas chegou a hora da sociedade gaúcha enfrentar essa situação que se alonga mais do que deveria. Precisamos assegurar que, da forma mais segura e adequada possível, as crianças e jovens que irão construir o Rio Grande do Sul do futuro tenham resguardados um dos seus direitos mais fundamentais: a educação.

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