Miki Breier é deputado estadual pelo PSB
Uma das grandes mobilizações de massa ocorrida no Brasil ainda na década de 1980 foi o movimento Diretas Já. Havia toda uma expectativa para que voltássemos a eleger diretamente nosso presidente da República, o que acabou ocorrendo em 1989. Desde então, contando eleições gerais e as disputas de poder local, tivemos doze processos eleitorais, num período de vinte e três anos.
É preciso compreender que democracia não se resume no direito de votar e ser votado. Eleição direta é algo fundamental num regime democrático, mas há uma série de possibilidades de participação cidadã que podem envolver os homens e as mulheres que optam pelo engajamento social.
Está mais do que na hora de unificarmos as eleições em nosso País. Já que não é possível haver algum consenso no Congresso sobre o tema da reforma política, queremos que ao menos possamos acabar com este desgaste de termos campanha em todos os anos pares. O custo aos cofres públicos é na ordem de R$ 704 milhões, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral. Sem falar nos estratosféricos valores da iniciativa privada, que investe nas candidaturas sempre querendo algo em troca no futuro. Como se não bastasse, muitos mandatos são interrompidos porque vereadores querem ser deputados, deputados querem ser prefeitos e assim por diante. Mal termina o período eleitoral, muitos já anunciam sua próxima candidatura, sem priorizar um projeto que melhore a vida do povo. A pauta política no Brasil deve estar voltada para o desenvolvimento da nação, deve estar preocupada com a saúde e a qualidade de vida, não apenas com a próxima eleição.