Por:Mauro Benevides
Jornalista, ex-deputado federal e ex-senador
Na presente conjuntura, esta concepção passou a ser revertida de uma obsolescência já ultrapassada, prevalecendo, afinal, a legenda que traga um maior número de adeptos, quer sejam da direita, da esquerda ou do centro.
A similitude de propósitos é coisa do passado, obtendo preeminência a quantidade de parlamentares que passariam a ter, se eleitos forem, para compor uma maioria expressiva, capaz de dar sustentabilidade à nova gestão.
A concepção ideológica é mais um item preponderante na seletividade de tais Coligações, já que os aspirantes a cargos majoritários, – a começar pela Presidência da República, reputam indispensável a ponderabilidade numérica, sem a qual, o futuro Chefe do Executivo não terá condições de aprovar as suas iniciativas nos Plenários complexos, como os do Senado e da Câmara dos Deputados.
Na esfera estadual, a mesma inovação há prevalecido, já que, na Assembleia o Governador necessita de base de sustentação, esta, chanceladora de mensagens e outras matérias de deliberação que interessem ao Poder Executivo.
Essa passou a ser a nova fundamentação de Coligações, além, obviamente, do peso eleitoral, no somatório de sufrágios que justifiquem o alcance de uma maioria disciplinada, em condições de garantir a acolhida de propostas oriundas do Poder Central.
Nas Convenções, ora em curso, tal desiderato torna-se evidente, uma vez que há reflexo no tempo destinado à propaganda gratuita na televisão e no rádio, dando chances a que os pretendentes a Presidente ou Governador possam melhor expor suas ideias e planos administrativos, que deverão cumprir, caso sejam escolhidos pelo eleitor esclarecido, buscado com desenvoltura pelos próprios concorrentes aos Cargos majoritários.
É assim que se procede na atual conjuntura, ao arrepio de outras definições, como a identificação ideológica, que não prosperou entre nós, num estilo inovador, que atualmente se tornou compulsório na política brasileira.
A sorte acha-se lançada, ao sabor dessas diretrizes, ora predominantes na próxima batalha urnística.