Wellington Luiz é deputado distrital pelo PPL
Falando sério, é possível reduzir a criminalidade! Basta trabalhar com seriedade a questão do uso de drogas. Essa linha de atuação foi testada com sucesso na cidade do Varjão/DF e os resultados saltam aos olhos. A cidade era considerada a segunda mais violenta do Distrito Federal e semanalmente ocorriam crimes e mortes relacionadas ao tráfico. Após a implantação do programa “Varjão Contra as Drogas”, de minha autoria, foram 450 dias sem morte (14/11/2011 – 13/03/2013). Mágica? Solução midiática? Rios de dinheiro empregado no programa? Não! Somente trabalho e união da força estatal e da comunidade.
Sem apoio político, essa ideia não poderia prosperar. Propomos a criação da Frente Parlamentar de Combate ao Crack e à Dependência Química, no âmbito da Câmara Legislativa do DF. Tentei dinamizar as ações do poder Legislativo, tanto na produção de leis que viabilizem a solução do problema das drogas, como também na cobrança de políticas de prevenção e recuperação junto ao GDF.
Iniciamos o projeto piloto na cidade do Varjão com três linhas de atuação: prevenção, recuperação e proposta de repressão aos órgãos de Segurança Pública, como a Polícia Civil e a Polícia Militar.
A prevenção ficou a cargo da Administração Regional, com a instituição oficial do programa “Varjão Contra as Drogas”, que teve em suas linhas de atuação o apoio ao esporte como fator catalisador da participação de jovens. A prática esportiva, com 260 jovens matriculados, foi utilizada como veículo de disseminação de conhecimentos dos malefícios causados pelo uso das drogas. Outro fator consolidador foi o curso de prevenção diretamente ministrado às lideranças comunitárias e religiosas. Formamos 400 multiplicadores de prevenção, que passaram a monitorar e orientar jovens sobre os malefícios que as drogas causam. Pasmem, ao custo de R$30,00, por menor de idade, ao mês.
A recuperação do dependente químico é a linha de atuação principal. No Varjão viabilizamos a recuperação dos usuários com o apoio de uma rede de entidades terapêuticas parceiras que cederam vagas gratuitas para os atendidos pelo programa. Hoje trabalhamos para a regularização das comunidades terapêuticas, pois são fundamentais na política estatal de recuperação e resposta ao avanço do crack.
Na repressão, apresentamos proposta de trabalho intenso de combate ao tráfico de drogas, que foi encampada, tanto pela delegada-chefe da 9ª DP, Dra. Nélia Vieira, como pelo comandante do 24º BPM, tenente coronel Júlio Cesar. Essa dupla direcionou os trabalhos dos policiais envolvidos e, em menos de três meses, 23 bocas de fumo estavam fechadas, com todos os traficantes presos.
Diante disso, a banalização do uso de drogas não mais existe no Varjão. Não se usa droga publicamente na cidade, não se trafica impunemente. Diante desse quadro, não há espaço para o tráfico de drogas e toda a violência que vinha em seu rastro acabou. Hoje o Varjão é a segunda cidade mais tranquila do DF. Milagre? Não, só trabalho certo!
Portanto, a constatação que o fator consumo de drogas é o principal fomentador da violência está cristalina como a luz solar, diante dos resultados obtidos no Varjão. Não posso, sob pena de trair minha consciência e a sociedade que prometi defender, ser a favor da liberação do uso de drogas. Recentemente fui convidado a participar, como orador, em um Congresso Internacional sobre Drogas, realizado em Brasília. Nesse fórum, pude constatar pequenos grupos orquestrados, que defendem a liberação do uso de drogas. Em meu discurso, apresentei dados, fiz comparações, apresentei de forma clara o projeto piloto do Varjão contra as drogas e a redução de homicídios. Fui aplaudido por muitos e vaiado pelos grupos defensores da maldita liberação das drogas. Para esses defensores, mando um recado: lutarei com todas minhas forças para que esse mal não mate mais jovens!