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41143504685_3026255997_zUm cenário de grandes transformações e profundas incertezas. Uma nova realidade que se impõe e exige mudanças radicais, sobretudo na política. Essas foram as impressões deixadas pelos palestrantes Gil Giardelli e Marcelo Weik, que falaram no painel: a Democracia nas Mídias Digitais e as Fake News, que fez parte da 22ª Conferência Nacional da Unale.

De acordo com o advogado Weik, a forma de acessar o eleitor mudou. Agora, ele será acessado principalmente pelas redes sociais, pela internet. “Hoje a vida urbana e a vida digital estão muito integradas. O grande palco da propaganda eleitoral será a internet”, acredita.

A novidade, como quase tudo, tem um lado positivo e outro negativo. O lado bom, segundo o advogado, é que os custos da campanha poderão diminuir. Além disso, o advogado apontou a possibilidade da rastreabilidade. Com as novas ferramentas, o eleitor está datificado e pode-se fazer qualquer micro segmentação. “E isso é muito melhor do qualquer pesquisa qualitativa tradicional”.

Na outra perspectiva, a mudança é, na palavra do painelista, assustadora.“O que nos assusta é a equação redes sociais + robôs + rastreabilidade. Com a internet, uma boa campanha pode sofrer um revés e se dissolver em menos de 24 horas”, disse. Esse revés é, muitas vezes, desencadeado por notícias falsas, as fake news. Para o advogado, o combate às fake news deve ser feito com serviço de contra-informação. “Informação se combate com informação e essa resposta tem que ser rápida”, afirmou.

Pensando para além das próximas eleições, o professor e web ativista Gil Giardelli disse que a nossa sociedade precisa se preocupar antes com coisas muito mais importantes dos que as fake news. Para ele, estamos vivendo um momento de forte inovação digital que vai impactar inclusive a democracia em todo o mundo em um curto espaço de tempo. Antes de discutirmos fake news, precisamos discutir a nossa frágil democracia. Segundo estudos, 67% dos jovens no mundo não estão preparados para a era digital e sem esse preparo não poderá haver democracia”, disse, argumentando que a democracia pressupõe igualdade de oportunidade e conhecimento.

Giardelli, que é professor convidado na Stanford University e no Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), apresentou diversas pesquisas de ponta no mundo inteiro que mostram a automação cada vez mais intensa do trabalho. E segundo ele, essas transformações vão exigir muito mais dos políticos, que agem como as indústrias que ficaram para trás. “A política deverá ser feita de outra maneira. Temos que descobrir que país nós teremos. Precisamos dar um choque de gestão no país, senão teremos um choque social. Estamos à beira de um colapso”, acredita.

Por Jader Viana

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