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analise-19-03Por: Hold Assessoria Legislativa

A execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista pode representar um ponto de inflexão na história recente do país. Entre as muitas dúvidas que ainda pairam sobre o caso, há apenas uma certeza: o crime terá grande impacto no processo sucessório que se inicia.

O crime sepultou as pretensões do governo Temer de comemorar o primeiro mês de intervenção federal no Rio de Janeiro. Mais ainda, veio à tona o caráter de improviso da operação – sem dinheiro e sem uma estratégia clara, a intervenção começa a ser questionada por muitos que inicialmente a apoiaram.

A opinião pública, por sinal, deverá mostrar sua insatisfação com esse quadro. Se antes a maioria da população apoiava a intervenção, as próximas pesquisas deverão mostrar que o governo perde apoio nessa frente. A reação do Planalto precisará ser rápida.

Ainda sobre a opinião pública, os recentes eventos evidenciaram o risco representado pelas fake news. Passados poucos dias do crime, pipocaram nas redes sociais “notícias” que desabonavam a biografia da vereadora. Serve também como uma prévia do que ocorrerá ao longo da campanha eleitoral.

Os adversários de Temer, por sua vez, tentam se aproveitar do momento para atacar o governo. Trata-se de aposta arriscada, pois a opinião pública (sempre ela) poderá interpretar a reação como oportunismo político.

Por último, é importante ressaltar a reação da imprensa internacional. Grandes jornais, como New York Times, The Guardian e Washington Post, destacaram a execução em suas páginas. O mundo está de olho no Brasil.

O resumo da ópera é claro: a morte de Marielle precisa ser resolvida o quanto antes. O Planalto, por seu turno, necessita mostrar a que veio a intervenção no Rio de Janeiro. A jovem democracia brasileira exige isso. Do contrário, o país corre o risco de se tornar uma Colômbia da época do narcotráfico. Esse seria o mais dramático cenário.

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