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O Brasil precisa aproveitar a Copa do Mundo de 2014 para fortalecer sua indústria do turismo. Essa foi a mensagem principal do relator da Lei Geral da Copa da Câmara dos Deputados, deputado Vicente Cândido, durante a Mesa Redonda: Olimpíadas e Copa do Mundo, promovida dentro da XVI Conferência Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, em Natal.

Para o deputado, o Brasil passará um atestado de incompetência se não mudar rapidamente a questão do turismo. “No ano passado recebemos só cinco milhões de turistas estrangeiros, número muito abaixo do que recebem países da Europa e os Estados Unidos. Devemos entender o porquê disso, já que temos as mais belas paisagens, praias, cultura e culinária do mundo”, disse.  O próprio deputado aponta alguns problemas que explicam o fenômeno: a falta de segurança individual, os altos custos de hospedagem e alimentação e a falta de preparação de hospitalidade para receber turistas.

Além da valorização do turismo, o deputado Vicente Cândido disse que a Copa traz uma grande oportunidade para o desenvolvimento das políticas esportivas brasileiras. Para ele, o Brasil tem um grande desafio nessa área. “Ainda devemos muito na estruturação dos clubes, nos planos de comunicação e marketing e na organização dos campeonatos. Temos o melhor futebol do mundo e temos uma média muito baixa de público em nossos estádios, enquanto os estádios da Europa ficam lotados durante toda a temporada. Precisamos deixar como legado imaterial  dessa Copa uma política de Estado de valorização não só do futebol, mas do esporte”, disse.

Em relação ao legado físico da Copa do Mundo de 2014, o sul africano Peter Cloude, da Comissão Organizadora da Copa de 2010 na cidade de Pretória, defendeu o planejamento detalhado e exaustivo para que o evento deixe um legado positivo para o País. Ele conta, por exemplo, que na África do Sul, pelo menos três estádios construídos para o evento da Fifa estão subutilizados hoje. Para ele, é importante negociar com clubes locais a exploração dos estádios no pós Copa antes de construí-los. “Essa negociação, de forma nenhuma, deve ser deixada para depois”, alertou.

Apesar do caso isolado desses estádios, o legado deixado pela Copa do Mundo na África do Sul tem um saldo bastante positivo, na avaliação de Cloude. Segundo ele, a infraestrutura de transportes é um bom exemplo disso. “Temos um ótimo sistema de mobilidade urbana deixado pela Copa que está sendo muito bem utilizado”.

Para o deputado mineiro Alencar da Silveira Jr, que presidiu a mesa de debate, os gestores da Copa no Brasil, precisam aproveitar esta experiência vivenciada pela África do Sul para evitar eventuais erros no planejamento. “Ninguém melhor do que eles, que acabaram de sediar uma Copa do Mundo para nos auxiliar na construção de um planejamento que minimize os erros e maximize o legado positivo para nosso país”.

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