A Comissão de Direitos Humanos e Minorias deve se reunir depois do recesso parlamentar para debater o relatório anual da organização não governamental Human Rights Watch. O texto critica o Brasil pelo silêncio diante de abusos dos direitos humanos em outros países, pela violência policial e pela falta de punição dos crimes da ditadura.
O deputado Luiz Couto (PT-PB), integrante da comissão, afirma que a crítica é sempre um elemento importante e diz que é necessário analisar o que é consistente. “Nós, da Comissão de Direitos Humanos, vamos fazer um requerimento para ouvir entidades da sociedade civil organizada, dos direitos humanos, do Judiciário, do Legislativo, do Executivo e do Ministério Público, para então apresentar propostas que possam enfrentar essas críticas e denúncias sobre violações de direitos humanos em nosso País.”
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirma que o debate também precisa ser retrospectivo. “A Comissão da Verdade, proposta pelo Executivo tardiamente, é muito interessante, mas precisa ser uma Comissão da Verdade e da Justiça. A população brasileira, e isso está inscrito no direito à memória, tem que saber quem agiu dessa maneira para que possa fazer um julgamento desses que traíram os valores democráticos e a própria pátria brasileira, agindo de forma truculenta, arbitrária despótica e criminosa.”
Em entrevista coletiva na terça-feira (25), em Washington, o diretor do grupo para a América Latina da ONG Human Rights Watch, José Miguel Vivanco, afirmou que espera do governo Dilma Rousseff uma reavaliação da política externa brasileira na questão dos direitos humanos. Segundo ele, o tema ficou secundário no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A ONG Human Rights Watch é uma das líderes mundiais em organizações independentes dedicadas à defesa e à proteção dos direitos humanos.
(Agência Câmara de Notícias)