A acessibilidade é um tema que avança na sociedade, porém não se alcançou a conscientização necessária a ponto de gerar políticas públicas eficientes. Nesta segunda-feira (24) a Câmara Legislativa retomou o debate sobre inclusão social, em audiência pública com o tema “construindo acessos”.
Antes das considerações dos especialistas e representantes do governo, a palavra foi aberta à população. Afonso José Pereira, deficiente e morador de Ceilândia, pediu mais fiscalização por parte do Poder Legislativo e denunciou que 36 mil cartões do DFTrans foram suspensos. Reclamou também da acessibilidade nos ônibus. “Os ônibus de Brasília que se dizem adaptados têm elevadores que estão constantemente quebrando”.
Membro da comissão multidisciplinar de inclusão do TJDFT, Ernandes Alves Feitosa, que é cego, destacou que as pessoas com deficiência são capazes e estão dispostas a contribuir. “Não precisamos de esmola, precisamos de oportunidade e respeito para que possamos exercer o papel de cidadão”.
Saúde – A coordenadora da Rede de Pessoas com Deficiência da Secretaria de Saúde, Ângela Sacramento, deixou bem claro em sua fala que “a pasta de inclusão é uma pasta que o secretário de saúde tem acompanhado de perto. Como exemplo dessa atuação, temos a reativação da rede da pessoa com deficiência”. Sacramento trouxe dados para comprovar essa atuação. Disse que cinco mil e duzentas órteses, próteses e materiais especiais (OPMES) foram distribuídas pela secretaria esse ano até o mês de setembro. Ela alegou que essa distribuição está sendo quatro vezes maior que a do mesmo período do ano passado.
O presidente da Associação Cadeira Amiga, Stefan Edberg Celestino da Silva, um dos idealizadores da audiência pública, pediu a palavra ao final da sessão. “Desde 2014 estou em uma fila para receber uma cadeira de rodas e até hoje não fui chamado. Por trabalhar com deficiência na associação, as pessoas vão lá em casa atrás de cadeiras de rodas, pois o governo do DF não está entregando”.