Célia Froufe
Brasília – Depois da divulgação da queda de 0,6% do PIB no segundo trimestre do ano, indicando que a economia está em recessão técnica, e da revisão para pior do número dos primeiros três meses do ano, analistas do mercado financeiro diminuíram, mais uma vez, as previsões para o desempenho da economia brasileira em 2014. De acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, a mediana das estimativas passou de 0,70% para 0,52%.
Há quatro semanas, a expectativa era de crescimento de 0,86%. Esta é a 14ª queda da expectativa de crescimento registrada no relatório Focus.
As sucessivas quedas das estimativas para este indicador vêm chamando a atenção até da imprensa internacional. No mês passado, o site do Financial Times destacou que esse movimento contínuo era semelhante à “dança da cordinha”. Para 2015, a estimativa de expansão de 1,20% também foi reduzida para 1,10%. Um mês atrás, a mediana estava em 1,50%.
A expectativa para o fraco crescimento costuma ser explicada em grande parte pelas previsões negativas do mercado para o setor industrial. No boletim Focus de hoje, no entanto, os analistas deram algum alívio na projeção para o setor fabril, que deve fechar 2014 negativo em 1,70% e não mais em -1,76%, como era esperado nas duas semanas anteriores. Para 2015, porém, a previsão segue em alta de 1,70% há seis semanas seguidas.
Inflação. O relatório Focus revelou que a projeção para o IPCA de 2014 permaneceu em 6,27%. Já para 2015, a mediana das estimativas subiu de 6,28% para 6,29%.
Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo teve uma forte mudança, passando de 6,27% para 6,34%. Para 2015, no entanto, a previsão mediana dos cinco analistas continuou em 6,48%. Quatro semanas atrás, o grupo previa taxa de 6,39% para 2014 e de 6,75% para o de 2015.
Para o curto prazo, a mediana das estimativas para o IPCA de agosto seguiu em 0,23%. Já para setembro, o ponto central da pesquisa recuou de 0,40% para 0,39%.
Publicado em O Estado de São Paulo em 01/09/14