A falta de união e a necessidade de mais empenho são dois dos principais obstáculos para uma maior participação feminina na política. Essa foi a conclusão da palestra realizada na noite da última sexta-feira (22), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
O evento foi promovido pela Bancada Feminina e pela Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira. A palestra é mais uma das atividades realizadas pelo Parlamento catarinense dentro da programação o Mês da Mulher que está acontecendo desde o último dia 8 e continua até a próxima quinta-feira, dia 28 (confira programação abaixo).
A palestra contou com a participação das escritoras Farah Diba Albuquerque e Osmarina Souza, que conduziram a conversa. A primeira delas, que também é jornalista, avaliou que a ampliação no número de posições de poder demanda uma maior união entre as mulheres. “A gente tem essa dificuldade muito grande de se unir. Nós, enquanto mulheres, temos muitos preconceitos e picuinhas que acabam prejudicando nossa caminhada política”, comentou.
Farah destacou ainda que causa estranheza o fato de muitas mulheres afirmarem que não veem necessidade do movimento feminista. “Elas dizem que já têm tudo”, citou. Mas, na opinião dela, se atualmente as mulheres têm direitos assegurados é por que, em algum momento da história, outras mulheres fizeram algo para isso virar realidade. “E ainda há aquelas que não têm o que temos. Então a gente precisa continuar, não podemos pensar somente em nós mesmas”, concluiu.
Osmarina criticou as limitações criadas pela sociedade, que “ainda não permitem a total igualdade em relação aos homens”, mesmo com a constante ampliação de mulheres que participam da política em todo o Brasil nos últimos anos, ainda que em lentamente. De acordo com a escritora, todas as conquistas femininas “dependem de luta” e do reconhecimento dos méritos alcançados. “É uma dificuldade que a mulher encontra mesmo estudando, mesmo contando com toda a capacidade de ela alcançar seus objetivos. Tem que ter muita garra, muita força de vontade”, explicou.