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ales-10-09Autoestima elevada, resiliência, senso de responsabilidade com a família, espiritualidade e suporte social são alguns fatores de proteção ao suicídio. Envolto de silêncio e preconceito, o tema foi debatido pela Comissão de Saúde na reunião desta terça-feira (10). O encontro fez referência ao “Setembro Amarelo”, mês de prevenção ao suicídio. Em destaque, a importância do cuidado com a depressão, doença diretamente relacionada com o ato.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 300 milhões de pessoas no mundo estão com depressão. No país, são 11 milhões de brasileiros com a doença, considerada um fator importante para desencadear o suicídio.

“Os transtornos mentais correspondem a 96% das causas, entre eles destaque para a depressão e o abuso de substâncias químicas. É importante lembrar que a natureza do suicídio é complexa e multifatorial. E o principal é pontuar que é possível tratar e prevenir”, destacou a médica psiquiátricaTelma Freitas Pimenta, representante da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Adolescência

O presidente da associação, Antônio José Nunes Faria, reforçou a importância da informação. “O suicídio é desespero. A pessoa que comete não consegue ver nenhuma saída para a vida dela. E existe um histórico por trás dele. Um histórico que pode e deve ter tratamento. Para começar, precisamos de informação. Existe um estigma muito grande com o paciente psiquiátrico. E nós temos de ter uma atenção especial com os adolescentes porque os estudos mostram um aumento do número de depressão nessa faixa etária”, pontuou.

Com relação aos adolescentes, estudos apontam aumento no consumo de álcool e drogas, além de vícios em jogos eletrônicos, fatores que podem fortalecer o quadro depressivo. Transtornos mentais, doenças incuráveis, histórico na família e isolamento social também são elementos que devem ser considerados porque aumentam o risco de suicídio no paciente de qualquer idade.

Cuidados

Empatia, cuidado e orientação médica. Telma Pimenta salientou o que as pessoas devem fazer quando alguém próximo está em um quadro que pode se desenvolver para uma tentativa de suicídio. “Seja um bom ouvinte, não julgue nem dê conselhos, demonstre disposição e empatia. E, claro, apoie a pessoa para procurar um profissional qualificado. O suicídio pode ser evitado e a rede de apoio é fundamental nesse processo”, reforçou.

Os deputados também conheceram o trabalho desenvolvido pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). O presidente da entidade, Carlos Faroni, explicou que o CVV atua com apoio emocional e prevenção ao suicídio, atendendo de forma voluntária, e sob sigilo, pessoas que precisam conversar. “O CVV se propõe a colaborar a partir de uma escuta acolhedora e empática. O serviço pode ser acessado por meio do número de telefone 180 a qualquer hora”, disse Faroni.

Rede pública

A reunião foi presidida pelo deputado Dr. Hércules (MDB) e contou com a presença dos deputados Emilio Mameri (PSDB) e Hudson Leal (PRB). Os parlamentares destacaram a importância de fortalecer a atenção à saúde mental na rede pública.

“Infelizmente muitas pessoas encontram dificuldade para obter atendimento psiquiátrico na rede pública. E essa é uma área que precisa ser fortalecida. Um dos avanços que nós tivemos nos últimos meses foi a implantação do serviço de atendimento, com internação em saúde mental, no Himaba (Hospital Estadual Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Allves), em Vila Velha”, destacou o presidente do colegiado.

Fonte: ALES
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