O dia 10 de setembro marca o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, momento ideal para uma reflexão sobre o crescente aumento no número de casos de suicídio, especialmente entre jovens. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.
De olho no cenário brasileiro, chama a atenção uma enquete realizada pela Unicef com mais de 7,7 mil adolescentes e jovens de todo o Brasil que mostra que, recentemente, metade sentiu necessidade de pedir ajuda sobre saúde mental. Outra pesquisa – Datafolha -, encomendada por Itaú Social, Fundação Lemann e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgada em julho deste ano, indica que cerca de 34% dos estudantes estão tendo dificuldades para controlar as suas emoções, segundo suas famílias.
Além disso, 24% estão se sentindo sobrecarregados e 18% estão tristes ou deprimidos.
Autora da pesquisa “Transmissão Intergeracional da Autocompaixão”, Adriana Drulla, mestre em psicologia positiva pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, explica que uma das motivações de seu estudo foi buscar entender por que adolescentes se deprimem cada vez mais.
Uma das grandes questões na adolescência hoje é o aumento da comparação social, tanto por conta das redes sociais quanto porque hoje os pais, a escola e a sociedade têm maiores expectativas com relação às crianças. Essa sensação de ter que atingir expectativas altíssimas para se sentir bom o suficiente é um dos fatores que contribui para o aumento da depressão nesta faixa etária.
Adriana destaca a importância da autocompaixão na etiologia dos pensamentos suicidas e de automutilação. “Jovens com baixa autocompaixão, são mais propensos a terem sofrimento psicológico, como por exemplo depressão, ansiedade e distúrbios alimentares. Eles também reportam maior uso de álcool, automutilação e ideação suicida em comparação com aqueles que têm maior autocompaixão.”
Por: Adriana Drulla, Mestre em psicologia positiva ALEPI