Uma reunião solene realizada pela Alepe na quarta (9) marcou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril. Por solicitação do deputado Joel da Harpa, o encontro teve como objetivo promover o conhecimento e a inclusão das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Ao presidir a solenidade, Joel da Harpa afirmou a importância de se promover a inclusão dessas pessoas na comunidade. “Quero felicitar todos aqueles que conseguem ultrapassar as diversas barreiras que impedem a interação com os autistas e que dedicam seus esforços para proporcionar uma vida mais digna a todos os seus familiares e consequentemente, tornando o nosso país mais humano e melhor”, expressou.
Cidadania
Durante a cerimônia, o parlamentar entregou uma placa comemorativa a Carlos Eduardo Medeiros, presidente do Instituto Garotos da Arena. A solenidade também contou com a apresentação do Coral Vozes de Pernambuco, composto por servidores da Assembleia Legislativa e a apresentação do professor especialista em TEA, Thiago Oliveira, declamando um cordel de sua autoria.
Dalva Cabral, promotora de justiça do Ministério Público de Pernambuco relatou estar engajada na luta, para além da responsabilidade do trabalho com essa causa. “Me coloco à disposição, pelo Núcleo de Apoio à Pessoa com Deficiência. Essa causa não é das famílias TEAs, não é de quem tem o espectro autista, essa causa, para que a gente se diga cidadã e cidadão, precisa e deverá ser sempre e ininterruptamente, de todos nós”, afirmou.
ABA
O deputado João Paulo Costa, citou sobre seu projeto de lei para garantir o método de Análise do Comportamento Aplicada (ABA) — uma abordagem terapêutica que visa melhorar comportamentos e promover a aprendizagem —, em todo sistema público de saúde de Pernambuco. “Acredito que o sistema público de saúde deve garantir esse tratamento”, defendeu.
Ao reconhecer a importância dos projetos de lei voltados para o autismo e parabenizar a homenagem proposta pelo deputado Joel da Harpa, o presidente do Instituto do Autismo, Cadú Lins, destacou a urgência de avanços concretos na pauta.
“O autismo não impacta apenas crianças — afeta adolescentes, adultos, familiares, terapeutas e o sistema de saúde como um todo. Não faz mais sentido discutir se adultos autistas devem ou não ter direitos garantidos no mercado de trabalho. Estamos tendo que criar leis para assegurar o que devia ser comum”, refletiu.
Sociedade
Polly Fittipaldi, mãe de gêmeos atípicos e coordenadora do MobilizaTeaPE, relatou os desafios diários que enfrenta com a rotina de seus filhos e reforçou que a sociedade deveria ser mais compreensiva com quem é autista “Temos que treinar nossos filhos para a sociedade, mas temos que treinar a sociedade para nossos filhos também. Não é porque eles são autistas que eles são inválidos”, comentou.
Carlos Eduardo Medeiros agradeceu a homenagem e reforçou a importância da luta pela inclusão. “Esse reconhecimento que nós recebemos desta Casa é uma honra profunda de um trabalho reconhecido, onde a gente busca a cada dia, amar, se dedicar e incluir, porque a gente entende que vale a pena lutar, acreditar e cuidar. Esse cuidado vai além das terapias, porque nós entendemos que o trabalho maior não é só das terapias e sim, dos lares”, concluiu.
Fonte: ALEPE
