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Foto: Divulgação (AID/Alepa)

Rita Lee recebeu o diagnóstico de câncer de pulmão em 2021. Em abril de 2022, foi anunciada a remissão da doença, condição caracterizada pela grande redução ou ausência de sinais ou sintomas. Mas, em fevereiro deste ano, Rita foi internada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, para novos exames e avaliação de seu estado de saúde. Rita morreu em casa, na noite de 8 de maio, ao lado da família.

As estatísticas oficiais do câncer de pulmão são alarmantes. Para o Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o triênio de 2023 a 2025 aponta que ocorrerão 704 mil casos novos de câncer, sendo 32.560 casos de câncer de pulmão. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o de pulmão é o tipo que ocupa a quarta posição entre os cânceres mais frequentes no País.

O número anual de mortes pela doença é quase o mesmo: são cerca de 30 mil mortes por câncer de pulmão, por ano, no Brasil.

Em nível mundial, é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre homens e o quarto mais comum entre as mulheres. Desde 1985 ele é o primeiro câncer em mortalidade no mundo.

Sintomas – A doença pode ser diagnosticada em qualquer pessoa e em qualquer idade, entretanto, segundo a American Cancer Society, a doença atinge principalmente pessoas mais velhas. O INCA aponta que, no Brasil, 90% dos casos de pulmão são diagnosticados após os 50 anos.

O câncer de pulmão é assintomático em fases iniciais, mas as pessoas devem ficar atentas. “Sintomas como tosse e rouquidão persistentes, sangramento pelas vias respiratórias, dor no peito e dificuldade de respirar devem ser investigados”, afirma a oncologista Gracilene Souza, do Hospital Ophir Loyola e do Centro de Tratamento Oncológico (CTO). A médica explica: “ainda que estes sintomas não signifiquem câncer de pulmão, necessariamente, é imprescindível ter uma orientação médica, para, se for o caso, investigar melhor”.

Fatores de risco

– 85% dos casos estão associados ao consumo de derivados de tabaco.
– 15% dos casos são ligados à poluição do ar e a agentes químicos, outras doenças que atingem o pulmão, fatores genéticos, entre outros.

Evitável – Até os 75 anos de idade, 1 em cada 5 brasileiros deve desenvolver algum tipo de câncer. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que mais de 30% dos cânceres podem ser evitados com a adoção de um estilo de vida saudável. “São recomendações que servem não apenas para evitar o câncer de pulmão, mas para muitas outras doenças. Não fumar, ter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, não ser sedentário ou obeso, dormir bem e cortar ou pelo menos reduzir o consumo de álcool são medidas que mudam a vida para muito melhor, que todos precisam perseguir. Pelo menos 1/3 dos cânceres podem ser evitados com essas medidas”, afirma a oncologista Gracilene Souza.

As pesquisas já comprovaram que o fumo está relacionado a 17 tipos diferentes de câncer. E os fumantes passivos também são diretamente afetados.

Cigarros-eletrônicos – Estudos e pesquisas relacionadas ao cigarro eletrônico comprovam os malefícios do uso do produto. Além da nicotina, existem dezenas de outras substâncias tóxicas nos cigarros eletrônicos. Além do mais, a bateria e a resistência usadas para formar o vapor também liberam metais que acabam inalados pelo fumante, aumentando ainda mais o risco.

Como medida de precaução e segurança à saúde e à vida da população, o deputado Fábio Freitas elaborou Projeto de Lei que proíbe a produção, comercialização e uso do Dispositivo Eletrônico para fumar (DEF), conhecido como cigarro eletrônico ou E-cigarretes que substituem o cigarro, ou cigarrinha, charuto, cachimbo e similares. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o uso, porém, muitas pessoas insistem em produzir e comercializar os dispositivos eletrônicos. A matéria segue para tramitação nas comissões e depois será votada em plenário.

“Sabemos que esses cigarros eletrônicos têm um poder absurdo no organismo. Por isso, protocolei hoje um Projeto de Lei que proíbe a comercialização, importação e produção de quaisquer dispositivos eletrônicos no estado. Todos têm como base o tabaco e além da nicotina, possuem monóxido de carbono, alcatrão. Aparentemente são inofensivos, mas trazem grandes prejuízos à saúde”, ressaltou Fábio Freitas.

Prevenção

– Evitar o tabaco e estar próximo de fumantes (exposição passiva)
– Manter uma alimentação balanceada
– Praticar exercícios físicos regularmente
– Evitar ambientes com poluição intensa
– Evitar a exposição a agentes químicos como urânio, arsênico, cromo, cloreto de vinil.

Diagnóstico tardio – Os tumores detectados tardiamente têm as maiores taxas de mortalidade. É o caso do câncer de pulmão, cujas vítimas costumam demorar a procurar auxílio médico. Não é novidade que o câncer de pulmão é mais incidente entre fumantes, que geralmente só vão ao médico quando surgem sintomas como sangramentos ou pneumonias frequentes. Nestes casos, a doença já está em estágio avançado.

Pesquisa divulgada pela organização não governamental Instituto Oncoguia, baseada nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado, no Brasil. Nos estados do Pará, Ceará e Bahia os registros tardios chegam a 95% e, em Sergipe, 100%.

“Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta”, alerta a médica.

Fonte: ALEPA

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