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alemt-22-03O Dia Internacional da Síndrome de Down é celebrado anualmente em 21 de março. A data objetiva conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, o bem-estar e a inclusão das pessoas com Down na sociedade. O principal foco da celebração é informar e conscientizar as pessoas sobre o que é a síndrome.  Mas a Assembleia Legislativa de Mato Grosso deu um passo além ao marcar a data como início, em 2017, do ingresso de pessoas com a síndrome nos quadros de servidores da Casa.

Na terça-feira (21), o presidente Eduardo Botelho (PSB) anunciou a ampliação da oferta de vagas em 100%, passando de 2 para 4 vagas já a partir deste mês. Botelho reafirmou o compromisso de inserir pessoas com síndrome de Down no mercado de trabalho. “São pessoas que precisam de apoio, oportunidade, inclusive no mercado de trabalho, nas escolas, pois são capazes. Estamos satisfeitos com nossos estagiários e vamos aumentar o número de vagas para oportunizar mais pessoas, além de servirmos de exemplo para que outras empresas contratem”, destacou o parlamentar.

O secretário de Gestão de Pessoas da ALMT, Elias Santos, foi enfático sobre oportunizar toda sociedade com vaga de trabalho. “Hoje mesmo iniciamos as tratativas, e o Centro de Integração Ensino Escola vai fazer a seleção e nos enviar os novos estagiários nos próximos dias”. O projeto de gestão da Presidência possibilita a oferta de vagas de estágio para alunos com síndrome de Down regularmente matriculados no ensino médio e que tenham mais de 17 anos. O programa de estágio oferta bolsa de um salário mínimo mais o vale-transporte, para uma carga horária de 20 horas semanais.

Segundo o procurador Bruno Cardoso, a medida atende a lei brasileira de inserção social das pessoas com Down, a Lei 13.146/2015, efetivando o dever do Estado em assegurar o acesso ao mercado de trabalho. Segundo ele, há pelo menos 300 mil jovens com síndrome de Down no Brasil, uma em cada 600 crianças nascidas.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso é pioneira no Brasil, uma vez que nenhum outro órgão na esfera pública dispunha desse tipo de projeto de concessão de bolsas. O supervisor de unidade de operações do CIEE, Emerson Redez, informou que, com seu pioneirismo, Mato Grosso já influenciou outros estados e pelo menos três deles, pois São Paulo, Ceará e Pernambuco também instituíram o programa.

Em Mato Grosso, as estagiárias Marília Freitas de Lima e Karen Aline Peno, de 21 e 23 anos, respectivamente, chegaram há exatamente um ano e hoje comemoram. “Estou muito feliz, amando a Assembleia Legislativa”, disse Marília, que complementou: “feliz e realizada, aprendi bastante, quero continuar trabalhando aqui”. O presidente da ALMT falou das estagiárias: “Estamos satisfeitos com elas, tanto que estão aqui há um ano e a experiência está dando bons resultados. É aumentar o número de vagas para oportunizar para mais pessoas com Down  e que também sirva de exemplo para outras empresas”.

Karen Peno, estudante da Escola Estadual Almira Amorim Silva, no CPA III, realiza suas atividades na Secretaria de Gestão de Pessoas e cumpre atividades como arquivamento de processos, atendimento de telefone e entrega de crachás aos servidores. Quando questionada sobre a interação com os colegas, deixa claro que, de fato, se sente incluída. “Quando cheguei foi muito bom, todo mundo teve atenção por mim, respeito e carinho. Agora me dão as mesmas tarefas que outras pessoas fazem, tratamento igual”, disse. Já Marília Freitas presta serviço na Procuradoria-Geral, faz as mesmas tarefas que a colega e destaca o crescimento. “Faço arquivos e levo documentos para outros setores, aí conheço muita gente e todo muito aceita meu trabalho, eu aprendo muito”.

O pai de Karen, Edilson Jair Peno, avalia que o programa de estágio na ALMT, além de um espaço de inserção, é também uma recompensa aos pais que acreditam e preparam seus filhos com deficiência para serem atuantes na sociedade. “Foi um passo muito grande da Assembleia Legislativa. Sempre, eu e a mãe dela, levamos nossa filha para psicólogos, psicopedagogos e todos os atendimentos que a prepararam para se integrar na sociedade e a Assembleia, ao abrir o estágio, nos permitiu colher os frutos dessa preparação. Aqui ela recebe um excelente tratamento, sempre foi bem tratada e é isso que os portadores de síndrome de Down precisam, de oportunidades”, concluiu Edilson.

As duas também participam do Incluart, um grupo de dança criado pela Associação Cinderela composta por mães de pessoas com síndrome de Down. O grupo de dança integra essas pessoas com dançarinos que não nasceram com a síndrome. Nesta quarta-feira, o grupo fez uma apresentação no saguão da Assembleia Legislativa, que também recebe desde segunda-feira  –  e prossegue até sexta-feira –  uma exposição e uma feira de artesanato e gastronomia conduzidas pela Associação Cinderela.

Fonte: ALEMT
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