Parlamentares foram à tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), durante a sessão ordinária na quarta-feira (6), para comentar ações do Governo Bolsonaro (PSL) e a conjuntura política nacional. O deputado Capitão Contar (PSL) ressaltou que o povo brasileiro aguarda o pleno restabelecimento do presidente Jair Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia. Para o parlamentar, o recado das urnas, em outubro passado, deixou evidente os clamores mais urgentes da população por segurança pública. “Todos estamos torcendo e rezando pela saúde do nosso presidente e o anseio que mais ouvi foi também com relação ao combate à corrupção, que, para mim, é o ponto de partida dos demais problemas”, disse.
Contar avaliou como estratégico o pacote de medidas, apresentado esta semana pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que propõe um endurecimento das penas para o crime organizado, corrupção e delitos violentos. A proposta deve ser encaminhada ao Congresso Nacional nos próximos dias.
“São mudanças importantes para o País, como a criminalização do caixa dois em campanhas eleitorais, mudanças em trechos do Código Penal e na Lei de Crimes Hediondos. Enfim, temos que lembrar que atrás de cada corrupção, alguém está sendo lesado”, afirmou. Segundo o deputado, as mudanças previstas contribuirão para fortalecer o combate ao tráfico de drogas e armas, especialmente em áreas de fronteira seca, como Mato Grosso do Sul. “É o reforço da máxima de que o ‘crime não compensa’, o que também nos ajudará a acabar com as pequenas corrupções existentes na cultura do brasileiro”, reiterou Contar.
O deputado Coronel David (PSL) enfatizou que “o Pacote Anticorrupção garantirá que ninguém mais no País ficará acima da lei”.
O deputado João Henrique Catan (PR) comentou o novo momento político. “Eu, militante das ruas, fico decepcionado com a forma de institucionalização da política brasileira”, disse.
Também na tribuna, Pedro Kemp (PT) cobrou explicações com relação às denúncias envolvendo o filho do presidente Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ), e cobrou mais investigação dos atos de corrupção. “A corrupção dos empregos e bancos é muito maior que imaginamos. Temos que reconhecer que o governo Lula conseguiu elevar as condições de muitos pobres e miseráveis. Mudou a realidade do País efetivamente”, declarou o deputado.
Primeiro secretário da Casa de Leis, Zé Teixeira (DEM) lembrou que ainda é cedo para avaliar o governo Bolsonaro. “Inicio agora meu sétimo mandato e nosso partido ajudou a eleger o presidente. São poucos dias de governo, não é possível fazer uma avalição real, o presidente não teve tempo de fazer nada ainda. Mas eu deposito minha esperança e tenho certeza que haverá progresso, se houver oportunidade de emprego e menos assistencialismo”, assegurou o parlamentar.