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Todo mundo sabe que o verde é a cor da esperança. Pensando nisso, até o dia 30 de setembro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais participa da Campanha Brasil Verde, voltada para conscientização nacional de doação de órgãos. A divulgação será por meio da iluminação nesta cor da parede de mármore do Palácio da Inconfidência, localizada no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. A cor verde representa a esperança que o transplante de órgãos proporciona de uma nova vida.

Durante o mês de setembro, diversas instituições e monumentos são iluminados com essa cor, chamando a atenção da sociedade sobre a importância do ato. A iniciativa é da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), do Ministério da Saúde e do Complexo MG Transplantes, órgão responsável por coordenar a política de transplantes de órgãos e tecidos em Minas Gerais. No dia 27 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos.

Segundo o diretor do Complexo MG Transplantes, Omar Lopes Cançado Júnior, a campanha é fundamental para manter o tema em evidência e para que as pessoas discutam entre si sobre a importância da doação de órgãos, tenham dúvidas e as esclareçam.

No ano passado, foi registrada uma diminuição do número de doadores em todo o País, o que torna a Campanha Brasil Verde ainda mais importante. Omar Cançado atribui essa redução a alguns fatores, como o aumento da recusa familiar no momento da doação de órgãos, muitas vezes por fatores religiosos, e a existência de alguns mitos.

Entre esses mitos, existe o receio da mutilação do corpo, prejudicando a realização do velório. “Isso não acontece. O corpo é reconstituído após a retirada dos órgãos, sem marca aparente”, tranquilizou.

Outro mito é o desconhecimento com relação ao diagnóstico da morte encefálica, que é o mesmo que a morte, diferente do coma. Segundo Omar, um doador de morte encefálica pode salvar ou melhorar a qualidade de vida de até 14 pessoas que estão na lista de espera.

Além da conscientização da população, o MG Transplantes também tem outro desafio, de acordo com Omar Cançado: aumentar a taxa de notificação de potenciais doadores. Nesse sentido, é necessário melhorar o quadro geral da saúde no Estado, já que muitos hospitais não têm condições de diagnosticar a morte encefálica.

ALMG tem monumento em homenagem aos doadores

A iluminação de verde durante sete dias em setembro não é única ação da ALMG ligada à doação de órgãos. Desde junho de 2014, o Parlamento mineiro tem um monumento em homenagem aos doadores mineiros de órgãos e tecidos, localizado na Praça Carlos Chagas, em frente ao Palácio da Inconfidência.

Trata-se de uma escultura composta por uma base de concreto, com a representação em tamanho natural, em bronze, de uma mulher e um homem observando os nomes dos doadores mineiros, dispostos em 48 placas de aço. Inicialmente foram colocados 400 nomes no monumento, que foi atualizado em outubro de 2015, passando a ter 707 doadores homenageados.

Na opinião do diretor do Complexo MG Transplantes, Omar Cançado, o monumento da ALMG é importante porque é perene. “Toda vez que uma pessoa passa na porta da ALMG, vê o monumento que pode provocar o debate em seu círculo social”, disse. Para ele, o assunto precisa ser discutido sempre, para que a pessoa expresse em vida seu desejo de doar órgãos, aumentando assim o número de notificações e de doadores.

Quem pode ser doador

O passo principal para se tornar um doador é conversar com a sua família e deixar claro esse desejo, já que não existe mais a opção de deixar um documento em vida expressando essa vontade. Porém, os familiares devem se comprometer a autorizar a doação por escrito após a morte.

A doação de órgãos é um ato pelo qual é manifestada a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

Existe também a doação de órgãos ainda vivo. Neste caso, o médico poderá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças anteriores. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos as situações. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.

Os doadores vivos são aqueles que doam um órgão duplo como o rim, uma parte do fígado, pâncreas ou pulmão, ou um tecido como a medula óssea, para que possa ser transplantado em alguém de sua família ou amigo. Este tipo de doação só acontece se não representar nenhum problema de saúde para a pessoa que doa.

Estatísticas de doação em Minas Gerais em 2015

Segundo informações do MG Transplantes, no Estado, o número de doadores efetivos de múltiplos órgãos foi 6% menor em relação ao ano de 2014, passando de 245 para 232.fotodados

Ocorreu uma diminuição no número de transplantes realizados de fígado, que foram 92, em 2014, e 90, em 2015. Já o rim de doador falecido caiu de 407, em 2014, para 395, em 2015. A respeito do transplante de coração, tanto em 2014 como ano passado, foram realizados 39 transplantes.

A taxa de notificação de potenciais doadores continua baixa em relação à média nacional e ficou em 27,2 por milhão de habitante (PMP) no Estado e 47,1 no País. No entanto, a taxa de efetivação após a notificação, de 43%, é maior do que a média nacional, que é de 28,8%.

Campanha – Além da Assembleia de Minas, participam da Campanha Brasil Verde, em Belo Horizonte, a Band Minas, a Santa Casa de BH, o Museu de Artes e Ofícios, AXXIOM Soluções Tecnológicas, Banco BDMG, Santuário Nossa Senhora da Piedade, Casa Fiat de Cultura, Palácio da Liberdade, Casa de Cultura Fiat e Hospital Life Center.

Fonte: ALEMG

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