ALEGO: Importância da prevenção no Outubro Rosa

Parlamento goiano destaca leis e iniciativas parlamentares que colaboram para o enfrentamento da doença, que atinge mulheres em todo o País

O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para a detecção precoce do câncer de mama. Ele foi criado no início da década de 1990, quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama — o laço cor-de-rosa — foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, sendo distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA), e, desde então, promovida anualmente. O movimento ganhou força, levando o Congresso Americano a reconhecer o mês de outubro como o mês nacional de prevenção do câncer de mama.

De maneira uníssona, em todo o mundo, o período é celebrado com o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre o câncer de mama, a fim de contribuir para a redução da incidência e da mortalidade pela doença, engajando toda a comunidade internacional na busca da prevenção e na redução da mortalidade.

No Brasil, a campanha chegou em 2002, quando o Obelisco do Ibirapuera foi iluminado com a cor rosa, em São Paulo. A partir daí, a campanha foi divulgada pela imprensa e por instituições médicas, ganhando maior visibilidade em 2008 com a iluminação de vários monumentos e prédios. Todo esse esforço se deve graças à necessidade de combater esse tipo de câncer que é o mais prevalente dentre as mulheres.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 73.610 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2022), contabilizando atualmente um avanço de cerca de 28% de novos casos de câncer em mulheres. Para evitar que essa neoplasia seja descoberta tardiamente, as ações de controle do câncer de mama devem ser monitoradas e avaliadas, de forma contínua, a fim de se identificar os avanços e também as dificuldades e limites a serem superados na organização da linha de cuidado dessa neoplasia.

Apesar de ser uma doença associada ao mundo feminino, posto que acomete com muito mais frequência as mulheres, o câncer de mama também pode ocorrer no mundo masculino. São casos raros, que representam uma incidência de menos de 1% do total de casos da doença, mas que podem também vitimar os homens. Por isso a conscientização deve envolver todos os gêneros no país inteiro.

Atuação da Alego 

Sempre atentos aos anseios da sociedade, os legisladores do Parlamento Goiano já apresentaram várias matérias que se tornaram lei. A última a ser sancionada pelo governador Ronaldo Caiado foi a que deu origem à Lei Estadual 21.574, de 13 de setembro de 2022, de autoria do deputado Paulo Cezar Martins, ampliando a celebração do Outubro Rosa para as escolas, no âmbito do Estado de Goiás, com o intuito de popularizar, entre os mais jovens, os cuidados que deverão ter para prevenir o câncer de mama.

Ainda de autoria do deputado Paulo Cezar Martins, tramita, na Assembleia Legislativa de Goiás, a propositura nº 6634/24, que institui o Programa Empresa Rosa, destinado a promover a inclusão e a reinserção de mulheres trabalhadoras que foram diagnosticadas, que estão em tratamento ou em período de aguardo de remissão do câncer de mama.

O Programa Empresa Rosa será implementado em parceria com os órgãos e entidades da administração pública estadual, concedendo o selo rosa a todas as empresas que aderirem às novas regras. As companhias devem ser recompensadas com o reconhecimento público, incentivos fiscais e creditícios e, ainda, o acesso a programas de capacitação e orientação para a contratação e a reinserção de mulheres com câncer de mama no mercado de trabalho.

Além dessas proposituras, reconhecendo que esta é uma data extremamente importante para a conscientização de toda a sociedade acerca desta neoplasia, algumas atividades estão sendo realizadas na Assembleia Legislativa de Goiás. Dentre elas é importante destacar a audiência pública realizada pelo deputado Cairo Salim no último dia 15, com a presença de diversas autoridades.

Na ocasião, o legislador cobrou um atendimento mais eficaz por parte do Governo e das prefeituras e chamou a atenção para a importância de equalizar o acesso aos serviços, tanto públicos quanto privados. Ele destacou que “os dados mostram que o principal anseio da população é a saúde. As pessoas estão sofrendo e enfrentando dificuldades para acessar exames, cirurgias e consultas especializadas”.

Especialista

De acordo com a médica ginecologista e obstetra, Mariana Melo, que atende na Casa, antes dos 35 anos o câncer de mama pode ser considerado relativamente raro. Acima dessa idade, sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. Isso se deve porque as mulheres com mais idade estão há mais tempo em exposição aos fatores de risco. Ela alerta que existem vários tipos de câncer de mama, sendo que alguns evoluem de forma rápida, outros não, mas, se descoberto precocemente, a maioria dos casos tem bom prognóstico.

A ginecologista explica que o primeiro passo no combate ao câncer de mama é o autoexame, pois ele é importante para a mulher se conhecer e detectar alguma alteração antes do intervalo de pesquisa anual, mas ele não deve substituir a mamografia, considerada padrão ouro para o rastreamento da neoplasia. Dessa forma, este exame possibilita a detecção de lesões antes do câncer avançar, permitindo que o tratamento seja mais efetivo.

Segundo a obstetra, o grande benefício do rastreio é detectar lesões ainda assintomáticas, ainda imperceptíveis ao exame físico. O câncer de mama já instalado pode apresentar nódulo na mama, retração do mamilo, alteração do aspecto do seio, secreção que sai pelo mamilo principalmente se sanguinolenta ou transparente, alterações na pele da mama, caroços na axila e, se há metástase, os sintomas podem ser de acordo com o local acometido, como, por exemplo, dor na coluna (metástase óssea), dor abdominal (metástase hepática), alterações neurológicas (metástase cerebral), entre outras.

Ela relata que a neoplasia aparece quando há uma mutação genética em alguma célula, que causa a multiplicação desenfreada de células anormais. Essa multiplicação forma um tumor, que pode crescer muito rapidamente, mas também pode ter um curso lento. Alguns fatores podem influenciar o desenvolvimento do câncer, como fatores ambientais, genéticos e de estilo de vida.

“É preciso conhecer os fatores de risco para o câncer de mama, como a obesidade, o tabagismo, o etilismo, o sedentarismo, o uso de contraceptivos orais por longa data, a exposição frequente à radiação. A gestação tardia (após os 35 anos) também aumenta o risco, enquanto amamentar tem fator protetor. Todas essas modificações no estilo de vida fazem parte da prevenção”, pontua a obstetra.

Por fim, a especialista lembra que o aparelho reprodutor característico da mulher, exige que ela mantenha visitas constantes ao ginecologista a partir da menarca. Assim que ela inicia sua vida sexual, é necessário maior cuidado em todos os aspectos, inclusive na vigilância com relação às neoplasias.

Fonte: ALEGO

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