Search
Close this search box.

Em 10 de outubro, comemora-se, mundialmente, o Dia da Saúde Mental. A data foi instituída em 1992 pela Federação Mundial para Saúde Mental com o objetivo de conscientizar a população sobre o cuidado com o emocional, no sentido de evitar ou tratar as doenças mentais e seus principais efeitos, favorecendo, assim, o bem-estar e a qualidade de vida.

Na Alego são realizadas, de forma frequente, ações que visam sensibilizar a sociedade goiana para o cuidado com a mente. Também tramitam, no Parlamento, proposituras com a finalidade de ampliar as legislações em prol da saúde mental. Na data, deputados e especialistas chamam a atenção para a temática, considerada de extrema importância na vida de todos.

“No Brasil, milhões de pessoas sofrem algum tipo de doença mental, segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Os diagnósticos são variados: depressão, transtornos de humor, déficit de atenção, ansiedade, entre outros. São doenças que podem afetar todas as faixas etárias, de crianças a idosos”, enfatiza o presidente da Comissão de Saúde do Legislativo goiano, deputado Gustavo Sebba.

O parlamentar destaca, sobretudo, o aumento de casos de doenças mentais após o recente período de pandemia. “O índice de deprimidos e ansiosos, que já era elevado antes da disseminação da covid-19, cresceu após a emergência sanitária. Existe a necessidade de investimento em agentes que visam à educação e ao respeito àqueles que sofrem, padecem e trabalham com as doenças, pois se trata de uma forma de contribuir para o desenvolvimento social e educacional do nosso Estado”, frisa.

Na qualidade de médico e presidente da Comissão de Saúde, o legislador se mostra comprometido com o fortalecimento das políticas públicas voltadas à promoção da saúde mental em Goiás. “Sabemos que muitos de nossos concidadãos enfrentam desafios emocionais e psicológicos. É imperativo que ofereçamos o apoio necessário”, evidencia.

O deputado reitera, ainda, que a participação da sociedade é fundamental na construção do processo de melhoria da saúde mental: “Juntos, podemos criar um ambiente onde cada goiano possa viver com dignidade, respeito e apoio em sua jornada em direção ao bem-estar psicológico, para que tenhamos um futuro mais saudável e mentalmente equilibrado em Goiás”.

Direito Universal

A cada ano, o Dia Mundial da Saúde Mental é celebrado com um tema diferente. Em 2023, a campanha estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é voltada para a “saúde mental como um direito universal”. Nesse sentido, a reflexão coloca a boa condição emocional dentre os direitos humanos básicos, cuja garantia deve ser viabilizada a todos.

“O Dia da Saúde Mental é uma ocasião crucial para refletirmos sobre a importância de promover o bem-estar psicológico em nossa sociedade. A saúde mental é um componente fundamental da qualidade de vida, e é nosso dever, como legisladores e como sociedade, garantir que todos tenham acesso a serviços de saúde mental adequados”, pontua Gustavo Sebba.

O legislador destaca que a Alego tem trabalhado para alcançar avanços significativos no campo da saúde mental. Entretanto, ressalta haver, ainda, muito a ser feito. “Goiás precisa investir mais em programas de prevenção, tratamento e conscientização, de modo a criar uma sociedade mais acolhedora e solidária. A saúde mental não deve ser estigmatizada, e todos devem sentir-se à vontade para buscar ajuda quando necessário”, pondera.

Estatísticas

Em 2022, a OMS divulgou sua maior revisão mundial sobre saúde mental, conforme o órgão, desde a virada do século. O material destaca a necessidade de transformação em relação ao tema. A publicação, disponibilizada pela Biblioteca Virtual em Saúde, afirma que, “em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental”. Além disso, salienta que “o suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos casos ocorreram antes dos 50 anos de idade”.

“Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, causando um em cada seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis”, pontua o documento.

A publicação ressalta, ainda, que o abuso sexual infantil e o abuso por intimidação são importantes causas da depressão. “Desigualdades sociais e econômicas, emergências de saúde pública, guerra e crise climática estão entre as ameaças estruturais globais à saúde mental. A depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia”, frisa.

O estigma, a discriminação e as violações de direitos humanos contra pessoas com problemas de saúde mental também são comuns em comunidades e sistemas de atenção em todos os lugares, conforme a publicação: “Em todos os países, são as pessoas mais pobres e desfavorecidas que correm maior risco de problemas de saúde mental e que também são as menos propensas a receber serviços adequados”.

Uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo chama a atenção, ainda, para o desafio na busca de ajuda para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a publicação, nove em cada dez municípios têm menos de um psicólogo do SUS a cada mil habitantes. A matéria evidencia que, em 2019, 71% das pessoas com sintomas compatíveis aos de depressão no Brasil não recebiam tratamento.

Controle emocional

De acordo com o psicólogo Said Agel Filho, que atua como terapeuta na seção de Serviços Médicos da Alego, o controle da saúde mental é fundamental para a qualidade de vida. Ele destaca ser essencial que todas as pessoas, ao longo da vida, trabalhem a inteligência emocional para conseguir lidar com as emoções decorrentes do dia a dia de forma madura.

“Todos nós nascemos emocionalmente imaturos. Precisamos, ao longo do tempo, ter a consciência e a humildade de querer aprender a lidar com os sentimentos, para não sofrermos coisas desnecessárias. A gente carrega muito peso que não é preciso carregar. Estamos, hoje, diante de uma geração com muita ansiedade e outras doenças mentais. E isso vem, realmente, da falta de habilidade de lidar com as emoções”, explica o profissional.

O terapeuta aponta o autocontrole, proporcionado por meio do tratamento psicológico, como um caminho para a manutenção da saúde mental e, consequentemente, da qualidade de vida. “Todo mundo quer ser feliz, mas as pessoas não sabem o caminho. E a terapia é uma oportunidade de autoconhecimento para aprender a viver bem”, sublinha.

Com relação às complicações emocionais, o especialista ressalta que, assim como ocorre em outras patologias, o corpo nos dá sinais. “As pessoas vão ao médico porque sentem dor. Assim também acontece com a mente. Todos nós sentimos dores emocionais. Às vezes em forma de ansiedade, tristeza, falta de sono”, exemplifica. “Precisamos aprender a lidar com os sentimentos. Independente de ter algo incomodando ou não, é importante buscar o autocontrole com o intuito de se tornar uma pessoa melhor e mais completa. Se está bom, pode melhorar. Se está ruim, pode ficar bom”, salienta.

Said evidencia, ainda, que “se não aprendermos a lidar com as nossas emoções, elas acabam nos controlando”. Exemplos disso as compulsões. “A compulsão é um tipo de defesa da emoção que tenta suprir um vazio que a pessoa tem dentro dela. Ela não tem conhecimento do que está realmente acontecendo e começa a comprar, beber ou comer em excesso. Quem não procura ajuda chega ao limite da dor, como nos casos de depressão, síndrome do pânico, repetições de ciclos e outras manifestações”.

Ações do Parlamento

Além de oferecer tratamentos médicos psicológicos e psiquiátricos, o Parlamento goiano tem realizado uma série de ações voltadas à manutenção da saúde mental. Na última quinta-feira, 5, uma audiência pública, realizada pela Comissão da Criança e Adolescente, presidida pelo deputado Talles Barreto (UB), debateu a implementação da escuta especializada.

A Casa de Leis também promoveu este mês sessão solene extraordinária em alusão à campanha Outubro Rosa. Na ocasião, a presidente do Instituto Mulheres de Alto Valor, Bruna Tomazzeti, reiterou a importância da atenção à saúde mental na prevenção e no tratamento de doenças. “A saúde mental mal resolvida deságua em câncer, diabetes, outras doenças. Cuidar da mente é salvar vidas”, observou.

No mês de setembro, além de ações e audiências públicas referentes à campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, a Alego promoveu o workshop “Saúde Em Ação”, com o objetivo de oferecer aos servidores atendimento médico em diversas áreas, dentre elas a psicologia. O evento também contou com palestras voltadas para a saúde mental.

Na 20ª Legislatura, a Assessoria Adjunta de Atividades Culturais da Assembleia Legislativa realiza, ainda, diversas atividades culturais, em parceria com o Instituto Olhos da Alma Sã, por meio do projeto itinerante “Pela Vida”. A ação, realizada de forma mensal na Casa de Leis, alia arte e cultura para a promoção da saúde mental e prevenção do autoextermínio.

Em parceria com o instituto,o deputado Mauro Rubem promoveu, em agosto, uma audiência pública de prevenção e educação em saúde mental. A temática já havia sido discutida anteriormente, no mês de maio, por iniciativa do petista, com a participação de representantes de várias entidades, além de voluntários que abraçam essa causa.

Proposições de destaque

Na atual Legislatura, também foram apresentadas proposições voltadas ao tema, como o projeto nº 519/23, de autoria do deputado Lucas do Vale (MDB), que dispõe sobre a criação do Grupo de Trabalho Interinstitucional, que visa a elaboração e monitoramento de políticas públicas para a saúde mental.

Já o deputado Dr. George Morais (PDT), pleiteia, por meio do projeto nº 696/23, instituir, em Goiás, o mês “Maio Furta-cor”, dedicado às ações de conscientização, incentivo ao cuidado e promoção da saúde mental materna. O parlamentar também é autor da matéria nº 3489/23, que institui, no Estado, diretrizes para a criação de política de prevenção ao suicídio e promoção do direito aos serviços de saúde mental para pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexo, assexuais, pansexuais e não-binários.

Bia de Lima (PT), por sua vez, pleiteia, por meio do projeto nº 605/23, estabelecer medidas de proteção e assistência à saúde mental dos profissionais da educação em exercício no Estado de Goiás. Já o deputado Paulo Cezar Martins (PL) solicita, mediante a propositura nº 9953/23, a criação do Programa Escola Amiga da Saúde Mental. Autor das matérias nº 1494/23 e 3461/23, Virmondes Cruvinel projeta instituir em Goiás as políticas estaduais de Atenção à Saúde Mental dos Conselheiros Tutelares e de Promoção da Literacia em Saúde Mental.

Presidente da Comissão de Saúde no Parlamento goiano, Gustavo Sebba também conta com proposições de destaque em tramitação. Dentre elas a instituição da campanha continuada de conscientização e prevenção da Síndrome do Pensamento Acelerado (1825/20);  a criação do “Protocolo Não é Não”, de atendimento à mulher vítima de violência sexual ou assédio em discotecas ou estabelecimentos noturnos, eventos festivos, bares, restaurantes e academias, ou qualquer outro estabelecimento de grande circulação de pessoas (256/23); e a instauração da Semana Estadual de Combate à Psicofobia em Goiás (908/23).

O parlamentar esclarece compreender-se como psicofobia o preconceito em relação aos portadores de transtornos mentais, bem como aos profissionais da área de saúde mental. “Nossa comissão está empenhada em colaborar com profissionais de saúde mental e organizações da sociedade civil para desenvolver e implementar políticas que atendam às necessidades de nossa população. Vamos trabalhar juntos para assegurar que Goiás seja um exemplo de excelência no cuidado com a saúde mental”, destaca Gustavo Sebba.

Fonte: ALEGO

Compartilhe!