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Com pouco mais de uma semana desde o início da vacinação contra o Covid-19 no Ceará, muitas pessoas ainda estão relutantes em adquirir a imunidade contra a doença, principalmente devido às informações confusas que correm pela internet. Assim, a enquete que o site da Assembleia Legislativa promove semanalmente quis saber do internauta, entre os dias 19 e 26 de janeiro, o que poderia ser feito para apoiar a iniciativa. A maioria, 61,5%, entende que deve haver um trabalho conjunto, entre governos e sociedade, no sentido de informar o cidadão corretamente e divulgar a vacina.

Um total de 23,1% votou em favor da realização de campanhas educativas por parte dos governos municipal, estadual e federal, ressaltando a importância da imunização, enquanto 15,4% entendeu que o “boca a boca” e a troca de informações entre amigos e parentes pode combater as notícias falsas relacionadas ao tema que correm nas redes sociais.

O deputado Tony Brito (Pros) concorda com a maioria e reforça que a vacinação é um grande momento, para o Brasil e para o mundo. Para ele, além de campanhas e combate às informações falsas, os parlamentares também podem colaborar no sentido de promover e facilitar o acesso à vacina.

Ele lembra que, ainda em 2020, apresentou projeto de lei propondo que os idosos sejam vacinados em casa. “Foi a forma que achei de incentivar as pessoas a aderirem a esse procedimento que salva vidas, pois aumenta a prioridade e a adesão entre os idosos e os torna menos suscetíveis aos riscos”, disse.

Já o deputado Renato Roseno (Psol) concorda que é um momento há muito esperado e que estratégias devem ser realizadas para que a vacinação ganhe a adesão de mais pessoas, mas não deixa de tecer críticas quanto à forma como esse processo se desenvolveu.

O parlamentar considera que a situação hoje seria muito menos dramática em relação à pandemia se não fosse a negligência do Governo Federal. Ele lembra que em maio de 2020, o Governo Federal se recusou a participar do plano completo do Consórcio Covax, o que nos garantiria 200 milhões de doses da vacina, assim como recusou a oferta da Pfizer de 70 milhões de doses em agosto do ano passado, além de cancelar a compra de 46 milhões da Coronavac em outubro. Além disso, não se preparou para adquirir os insumos. “Em resumo, o presidente Jair Bolsonaro agiu deliberadamente para arquitetar o caos”, disse.

Ainda de acordo com Roseno, o Brasil poderia ter milhões de pessoas já vacinadas, e poderia, ainda, estar exportando vacinas, “mas preferiu alinhar-se com a posição dos países ricos e dos grandes conglomerados farmacêuticos contra a proposta da Índia na OMC para licenciamento voluntário das vacinas”. “Portanto, não foi só “negacionismo científico” do ponto de vista ideológico, com propagação de fake news e disseminação de ideias antivacina. Bolsonaro atuou decididamente para negar aos brasileiros o acesso à vacina”, argumenta.

O sociólogo Eduardo Neto Moreira também concorda com os internautas. Ele lembra que o Brasil tem histórica expertise em campanhas nacionais de vacinação, graças ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Essa confiança, aliada a uma corajosa campanha de comunicação é o caminho para sensibilizar, especialmente os negacionistas ou aquelas pessoas temerosas a se vacinar”, considera.

O engajamento da sociedade, ainda conforme Eduardo Neto, é fundamental para combater as falsas notícias e ajudar no convencimento dos cidadãos. “A vacinação ainda é única e mais eficaz forma de combater essas grandes doenças, e precisamos alertar as pessoas quanto a isso”, disse.

Fonte: ALECE
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