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Foto: Dircom/Alap

A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), por meio da Divisão de Saúde, promoveu nesta sexta-feira (26) um encontro com especialistas para debater o tema “Sinais de Autismo na Vida Adulta: Como Identificar e Apoiar”. O evento, realizado no auditório principal da Casa, integrou a programação especial do “Sextou com Saúde”, aberto ao público externo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo vivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA), também conhecido como autismo, sendo em torno de dois milhões somente no Brasil. A prevalência do TEA na população é de 1 em 68 crianças de 8 anos e aproximadamente 1% dos adultos. Há um importante componente genético para a condição, com uma herdabilidade de 50%.

“Há alguns anos, o autismo era pouco mencionado, apenas no dia 2 de abril. Hoje, felizmente, o tema é trabalhado de forma mais ampla, com palestras durante todo o mês de abril. Este é o primeiro evento que aborda o TEA na vida adulta, por isso é importante esclarecermos nossas dúvidas”, ressaltou o diretor da Divisão de Saúde da Alap, Willian Valério.

Para a chefe do Departamento Estratégico da Alap, Ely Ladislau, o autismo precisa ser debatido diariamente e tratado com naturalidade. “Essa naturalidade só será possível quando nos apropriarmos do assunto”, destacou Ely Ladislau.

As primeiras palestrantes, as pediatras Karla Bussons e Lorena Nery, do Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), salientaram que a prevalência do TEA é maior em meninas, na proporção de cerca de 4 para 1. Estima-se que em torno de 30% dos casos apresentem deficiência intelectual. O TEA também está frequentemente associado a outros transtornos psiquiátricos, como transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, depressão e ansiedade, além de outras condições médicas, como epilepsia e transtornos genéticos. Suas causas envolvem uma combinação de fatores genéticos e ambientais. “A idade avançada dos pais no momento da concepção, a negligência extrema nos cuidados com a criança, a exposição a certos medicamentos durante o período pré-natal e o nascimento prematuro e com baixo peso são fatores relevantes”, explicou Karla Bussons.

O médico psiquiatra Carlos Estevão respondeu à dúvida dos participantes sobre a perspectiva da pessoa adulta com autismo e se o diagnóstico de autismo ocorre apenas na vida adulta. “Por definição, o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento. Portanto, não se deve falar em diagnósticos em adultos sem considerar o diagnóstico retroativo na infância”, esclareceu Carlos Estevão.

As conversas foram finalizadas com a especialista em fonoaudiologia Luciana Farago e a neuropsicóloga Oriana Comesanha, além do depoimento da juíza de Direito, Laura Costeira.

“Embora o Abril Azul esteja chegando ao fim, nosso compromisso com o apoio às pessoas no espectro do autismo e suas famílias continua forte. Vamos continuar educando, promovendo a inclusão e garantindo que todos tenham acesso às oportunidades e ao apoio de que precisam”, comentou Ely Ladislau.

“Juntos, podemos fazer a diferença, não apenas em abril, mas durante todos os meses do ano. Trabalharemos juntos para criar um mundo mais inclusivo, onde cada pessoa, independentemente de seu neurotipo, seja valorizada e respeitada. Agradecemos por se juntarem a nós nesta jornada”, finalizou Willian Valério.

Fonte: ALAP

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