O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, se caracteriza como uma condição neurológica que pode apresentar dificuldades no desenvolvimento da linguagem, processo de comunicação, interação e comportamento social. Portanto, com essa definição, já é possível compreender que o autismo não é uma doença.
Ao longo do tempo, várias teorias sem embasamento científico foram se proliferando e gerando cada vez mais preconceito em indivíduos portadores do TEA. Com o objetivo de desmistificar uma série de pensamentos e expressões ligadas ao assunto, a Unale preparou uma série de tópicos que se apresentam como inverdades a respeito do autismo.
MITO: “O autismo pode ser causado por vacinas”
Vários estudos científicos já foram realizados por diversos estudiosos e absolutamente nenhum deles considera que as vacinas podem causar o TEA. A teoria que sustentava essa relação foi completamente desacreditada pela comunidade científica, haja vista que o autismo é marcado por uma condição neurológica complexa, que pode ser influenciada por uma série de fatores.
MITO: “Todos os autistas são considerados gênios”
Mesmo que algumas pessoas do espectro possam apresentar habilidades extraordinárias em algumas áreas, isso não significa que todos os autistas possuem essas habilidades. Por ser uma condição diversa, cada indivíduo possui suas próprias características. Esta questão pode afetar até o desenvolvimento e o tratamento de alguns autistas devido a pressão que lhes é imposta e, nem sempre, eles possuem habilidades melhor desenvolvidas em alguma atividade.
MITO: “O autismo é uma doença, por isso, ele pode ser curado”
O TEA não é uma doença e não existe cura. O autismo é uma condição neurológica e desde 2012 é considerado uma deficiência, de acordo com a legislação brasileira. Porém, existe tratamento. Com intervenções adequadas, acompanhamento de especialistas e apoio da família, os autistas podem desenvolver habilidades sociais e comunicativas, melhorando assim, sua qualidade de vida.
MITO: “Todos os autistas possuem dificuldades intelectuais”
Por ser classificado como um espectro, o autismo acaba se tornando muito abrangente. Alguns indivíduos podem apresentar dificuldades intelectuais importantes, enquanto outros podem apresentar um desempenho normal em diversas atividades e alguns podem até superar as expectativas médias de um ser humano em determinados assuntos.
MITO: “Existem remédios para tratar e até curar o autismo”
Não existem remédios associados ao tratamento direto do transtorno e muito menos que “curem” o autismo. Como já dito, o autismo não é uma doença e, portanto, não tem cura. A medicação que pessoas com TEA utilizam é relacionada às comorbidades associadas ao autismo, como o TDAH, por exemplo.
MITO: “Pessoas com autismo devem ser isoladas da sociedade por serem agressivas”
Dependendo do grau em que o TEA estiver associado, seja ele leve, moderado ou severo, o autista pode apresentar sinais relativos à agressividade. Isso ocorre em decorrência das dificuldades de desenvolvimento social, comunicativo e sensorial que podem marcar alguns portadores do TEA. Nesse caso, é necessária a busca por tratamento profissional e especializado.
MITO: “Pessoas com autismo não têm empatia”
Devido à abrangência do espectro, podem haver situações em que autistas apresentam diferenças na expressão da empatia, mas não quer dizer que eles não possuem a capacidade de serem empáticos. Nesse caso é preciso reconhecer a forma como cada indivíduo expressa a empatia à sua maneira.
Por Gabriel Spies/Ascom UNALE