Com a abertura do prazo de inscrições para Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), de 11 a 22 de maio, muito tem se falado sobre o adiamento ou não das provas, com data marcada para acontecer presencialmente dias 1 e 8 de novembro e digitalmente dias 22 e 29 de novembro deste ano. O fato é que, por conta da paralisação das escolas devido à pandemia por Coronavírus, diversos alunos seriam prejudicados, principalmente os de baixa renda, uma vez que 58% dos domicílios no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet, segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
De acordo com dados do O Globo, apenas 57% dos cerca de 7,4 milhões de estudantes do ensino médio estão tendo acesso a algum tipo de aula online. Em reunião esta semana, parlamentares da Unale evidenciaram outras dificuldades enfrentadas pelos alunos de seus estados, como a falta de computadores ou de acesso à internet; ausência de merenda; problemas na comunicação com os professores ou falta de espaço adequado, em casa, para estudar; além da dificuldade que diversas escolas enfrentam para produzir conteúdo e disponibilizá-los em plataformas digitais.
“Apesar da difusão das ferramentas e tecnologias de Educação à Distância (EaD), milhões de alunos do Ensino Médio das redes públicas não têm acesso à internet ou sequer possuem computadores ou smartphone para acessá-la. Nesse sentido, tais alunos estarão em extrema desvantagem em relação aos demais, em razão da suspensão das aulas. Sendo assim, o adiamento do ENEM é um verdadeiro imperativo de justiça social”, defendeu o presidente Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia da Unale, deputado Daniel Zen (PT-AC).
Diante do atual cenário, a Unale apoia o adiamento das provas para o Exame em virtude da pandemia. “Vamos juntos pedir a reavaliação das datas para um momento em que haja uma maior paridade na oferta de ensino, principalmente, para os alunos que realizarão as provas. Queremos conversar diretamente com o ministério e para isso, pedimos o apoio de todos os 1059 parlamentares estaduais”, disse a presidente da Unale, deputada Ivana Bastos.
A entidade disponibilizou todo o material gráfico e digital que pode ser utilizados nas redes sociais, pelos apoiadores da campanha.
ADIAMENTO DO ENEM
Além da Unale, diversas entidades já se manifestaram contrárias ao calendário do Ministério da Educação, entre elas, a UNE (União Nacional dos Estudantes, Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), que consideram que manter a data do exame para novembro agrava desigualdade entre candidatos.
Há também pressão por parte do Congresso Nacional, caso não haja o adiamento pelo MEC. Inclusive, o apoio para que um dos projetos apresentados sobre o tema tramite em regime de urgência, já conta com as mais de 257 assinaturas.